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Design de Interiores, Arquitetura e Avaliação Pós-Ocupação

Design de Interiores, Arquitetura e Avaliação Pós-Ocupação

Estreitando relações

Autora

Carla da Silva Bastos

Resumo

Nas últimas décadas a Arquitetura e o Urbanismo (AU) têm demostrado um interesse particular nas relações entre pessoa e ambiente. Uma das iniciativas nesse sentido é a incorporação da Avaliação Pós-Ocupação (APO) ao projeto como estratégia investigativa dos aspectos físicos e funcionais, bem como para estudo da percepção e comportamento dos usuários. Embora no âmbito da AU estas experiências apresentem resultados positivos, a formação acadêmica em Design de Interiores ainda contempla tal temática de forma incipiente. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo apresentar o cenário da APO na AU, provocando reflexões sobre a possibilidade de utilização de da APO no Design de Interiores. Para tanto, buscou-se analisar o campo de pesquisa da APO e sua inserção nos cursos de AU, bem como nos de Design de Interiores, através de levantamento bibliográfico e documental. Trata-se de uma revisão bibliográfica acerca do tema vislumbrando futuros desdobramentos práticos e teóricos entre a APO e o Design de Interiores.

Palavras chave: Design de Interiores; Avaliação Pós-Ocupação; Relação Pessoa-Ambiente; Processo de Projeto.

Abstract

In the last decades, the area of ​​Architecture and Urbanism (AU) has shown a particular interest in the relations between people and environments. One of the initiatives is the incorporation of Post Occupation Evaluation (POE) into the design process as an investigative strategy for the physical and functional aspects of the built environment, as well as for the study of users’ perception and behavior. Although the context of AU has positive results, the academic formation in Interior Design still covers the theme in an incipient way. In this context, this paper aims to present the scenario of POE in the AU, provoking reflections on the possibility of using POE in to Interior Design. For this, it was analyzed the POE field and its insertion in the AU courses, as well as the Interior Design courses, through a bibliographic and documentary survey. This is a bibliographical review on the theme aiming for future practical and theoretical developments between POE and Interior Design.

Keywords: Interior Design; Post Occupation Evaluation; Person-Environment Relationship; Project Process.

1. Introdução

Os objetos arquitetônicos e de design que nos cercam e compõem nosso cotidiano representam muito mais do que apenas o ambiente e os componentes físicos com os quais nos relacionamos e desempenhamos nossas atividades diárias; neles estão representados valores imateriais enquanto sujeitos e enquanto sociedade.

A relação de interdependência entre homem e ambiente forma um sistema complexo, autoregulável e com muitas variáveis; na qual se entende como ambiente o conjunto que abrange o meio físico (natural ou construído), os indivíduos e todos os condicionantes sociais, políticos, culturais, econômicos e psicológicos envolvidos. Nesse conjunto, propriedades intrínsecas, como ajuste (a pessoa modifica o ambiente) e adaptação (a pessoa se modifica), permitem que o ambiente se reformule e assuma novas características e configurações diante de qualquer alteração nos elementos que o compõem.

As relações pessoa-ambiente (RPA) são objeto de estudo de vários campos do conhecimento que compartilham interesses comuns e endossam a perspectiva holística e interdisciplinar que um tema com tamanha complexidade exige. De acordo com Campos-de-Carvalho, Cavalcante e Nóbrega (2011), o estudo das RPA está inserido num amplo campo de conhecimento multidisciplinar que envolve a Geografia Social, a Arquitetura, a Sociologia Ambiental, a Ecologia Humana, o Planejamento Urbano, a Biologia, a Engenharia Ambiental, etc. Logo, o modo de investigar as RPA pode variar em função das especificidades de cada campo, o que promove a valorização de determinados objetivos e objetos de interesse.

Nos campos da Arquitetura e do Urbanismo e da Psicologia Ambiental, um dos desdobramentos dos estudos de RPA é a Avaliação Pós-Ocupação (APO), uma abordagem de avaliação de desempenho do ambiente construído que vêm se consolidando desde a década de 60, quando, segundo Roméro e Ornstein (2003), se verificou a relevância de sua aplicação como mecanismo realimentador do processo de projeto.

Atualmente, a APO é entendida como uma estratégia de pesquisa de caráter multidisciplinar que avalia/analisa edificações diante de solicitações construtivas, funcionais, econômicas, estéticas e comportamentais. De modo geral, ela busca compreender aspectos relacionados à percepção ambiental e comportamentos dos usuários, no sentido de levantar dados que promovam uma recuperação consciente dos ambientes e permitam o aprimoramento de projetos futuros com temáticas e programas semelhantes (ORNSTEIN, ROMÉRO, 1992).

A principal característica e o que distingue a APO de outras avaliações de desempenho é que, sem minimizar a importância das avaliações técnicas, ela considera fundamental a percepção dos usuários, no que se refere às necessidades, anseios e nível de satisfação.

Associada ao processo de projeto, a APO amplia o debate acerca da importância do ambiente construído e suas interações no estudo de precedentes/referências e na realimentação do ciclo projetual.

Rheingantz et al (2009) afirmam que ao reconhecer o ambiente construído e os comportamentos nele desenvolvidos, a APO contribui para a elaboração de projetos mais assertivos e adequados às solicitações humano-ambientais e à qualidade do lugar, entendendo como o ambiente adquire significado a partir da experiência, da memória, da história, das inter-relações sociais e humanas, de modo que sua qualidade atrai ou afasta as pessoas.

2. Desenvolvimento

2.1. A Avaliação Pós-Ocupação

Originados no campo das Ciências Sociais e Humanas, os estudos das RPA buscam compreender comportamentos e experiências que ocorrem no ambiente (natural ou construído), e que representam ou caracterizam os usuários ou grupos de usuários no que concerne às suas preferências e necessidades socioespaciais.

Incorporados ao campo da Arquitetura e do Urbanismo, os estudos de RPA possibilitaram aos profissionais de AU repensar o papel do usuário e do ambiente no processo projetual, uma vez que as interações ocorridas entre pessoa e ambiente (sempre variáveis e em constante processo de adaptação/ajustes mútuos) conferem sentido e valor ao objeto arquitetônico. Esse tipo de constatação justifica a necessidade de avaliações sistemáticas que priorizem a realimentação do ciclo de vida das edificações e questões relativas à qualidade do espaço construído e satisfação dos usuários.

O crescimento desta área está vinculado à compreensão de que o ambiente construído e seu processo de produção e uso, não são simples expressões físicas ou artefatos, mas são resultados de uma análise, e por isto devem expressar e interpretar a reação dos usuários, de diversas maneiras, de acordo com as necessidades humanas, os modos de pensar, as atitudes, os valores, as imagens, os domínios, impregnados na sua própria cultura. (ORNSTEIN, BRUNO, ROMÉRO, 1995, p. 25)

Aliada as avaliações de desempenho e as simulações físicas e funcionais, os estudos de RPA ganharam contornos próprios à Arquitetura e Urbanismo com a Avaliação Pós-Ocupação (APO). Elali (2002) comenta que a aproximação dos estudos de RPA veio acrescentar a perspectiva da práxis aos estudos realizados no campo da Arquitetura e do Urbanismo, o que aumentou o interesse nas avaliações ambientais e de edificações, proporcionando maior participação do usuário nos processos de design.

Neste contexto, as primeiras pesquisas de APO foram realizadas entre as décadas de 1950 e 1960, e representavam a emergência desse novo campo de estudos que se interessava inicialmente pelo estudo dos conjuntos habitacionais europeus construídos no período pós 2ª Guerra Mundial e por edificações complexas como alojamentos para estudantes, hospitais e prédios multifamiliares (PREISER, VISCHER, 2005; RABINOWITZ, 1989). Uma das primeiras publicações que abordou diretamente a APO, reunindo as pesquisas realizadas entre 1970 e 1985, apresentou a seguinte definição:

Avaliação pós-ocupação é o processo de avaliação de edifícios de forma sistemática e rigorosa depois de terem sido construídos e ocupados por algum tempo. APO foca nos ocupantes do edifício e suas necessidades, assim eles fornecem informações sobre as consequências das decisões de projeto e sobre o desempenho do edifício. Este conhecimento constitui uma base sólida para a criação de edifícios melhores no futuro. (PREISER, RABINOWITZ, WHITE, 1988, p. 3)[1]

As pesquisas acadêmicas e consultorias profissionais com APO se expandiram rapidamente na Europa e nos EUA onde, tradicionalmente, os usuários avaliam a qualidade de produtos e serviços no setor público e privado, inclusive do ambiente construído (ROMÉRO, ORNSTEIN, 2003). No Brasil, a APO se expandiu no meio acadêmico a partir da década de 90, notadamente nas Universidades de São Paulo (FAU-USP), nas Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio Grande do Sul (UFRGS), Rio Grande do Norte (UFRN), Pernambuco (UFPE) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

No Brasil as pesquisas realizadas pioneiramente por professores da FAU-USP, empregavam a APO como uma metodologia que pretendia, a partir da avaliação de fatores técnicos, funcionais, econômicos, estéticos e comportamentais do ambiente em uso, e de acordo com a opinião de profissionais, clientes e usuários, diagnosticar aspectos positivos e negativos de conjuntos edificados, definindo recomendações para o próprio ambiente ou para projetos de ambientes semelhantes (estudos de caso), a fim de aperfeiçoá-los (ORNSTEIN, ROMERO, 1992).

Posteriormente, em substituição a palavra metodologia a área passou a adotar os termos abordagem, estratégia ou processo de avaliação do ambiente construído para definir a APO, uma vez que os pesquisadores passaram a entender que, ao invés da reprodução de procedimentos predeterminados, a APO corresponde a um conjunto de métodos e técnicas de pesquisa a serem utilizados em função do problema de pesquisa e dos objetivos pretendidos.

De acordo com Ornstein, Bruno, Roméro (1995), a APO é uma avaliação retrospectiva, sistêmica e realimentadora, aplicada por meio de multimétodos e técnicas que analisam o ponto de vista dos especialistas e dos usuários do ambiente, sejam eles leigos ou não. E, considerando que pouco se conhece do comportamento das pessoas em relação aos ambientes construídos, as APOs almejam apreender informações não verbalizadas e compreender em que medida usuários e ambiente se relacionam e modificam-se mutuamente.

A APO incorpora-se, portanto, aos processos participativos de projeto, buscando dar voz aos usuários, geralmente excluídos da tomada de decisões relativas ao projeto arquitetônico. Ela cria, assim, uma importante relação psicológica entre usuário e ambiente construído, considerando a dimensão humana e as necessidades e expectativas reais com o ambiente (ADAMS, 2002).

Rheingantz et al (2009) destacam a interatividade do processo de APO que focaliza os diferentes grupos de usuários e suas necessidades para avaliar a influência e as consequências das decisões projetuais no desempenho do ambiente após um tempo de sua construção e ocupação.

Historicamente, os estudos de APO avaliam mais frequentemente os aspectos técnico-construtivos da edificação (estrutura, alvenaria, revestimentos e acabamentos, esquadrias, instalações, cobertura, impermeabilização e patologias construtivas), os aspectos funcionais (dimensionamento, circulações, área útil, layout, fluxos, densidade ocupacional, acessibilidade, segurança e conforto ambiental), e os comportamentais (adequação ao uso, satisfação/aspirações, privacidade, interação, identidade e comunicação visual). Podendo ainda incluir avaliações dos elementos estéticos, econômicos, socioambientais e da estrutura organizacional (PREISER, RABINOWITZ, WHITE, 1988; ORNSTEIN, ROMERO, 1992; ELALI, VELOSO, 2004). Deste modo, a APO pode propor maior ou menor ênfase em determinados aspectos e aproximar-se mais da área tecnológica ou das ciências sociais e humanas, sempre considerando como elemento central da avaliação o uso/ocupação do ambiente pelos usuários (ELALI, VELOSO, 2004).

A definição de APO apresentada exclui a avaliação puramente técnica, por exemplo, sistemas de aquecimento ou novos materiais de construção. O desempenho construtivo dos elementos técnicos é considerado somente no que se refere a seus efeitos na saúde, proteção, segurança, desempenho funcional e conforto psicológico/físico dos ocupantes. (PREISER, RABINOWITZ, WHITE, 1988, p. xii)[2]

Para fins de aplicações futuras, pode-se estabelecer neste trabalho o conceito de APO como uma abordagem sistematizada para avaliação de ambientes construídos, cuja finalidade é auxiliar o desenvolvimento de intervenções futuras no próprio espaço avaliado ou alimentar as ações projetuais para ambientes e/ou edificações com tipologias semelhantes, a partir da compreensão de aspectos objetivos do ambiente construído e aspectos subjetivos relativos à percepção, satisfação e expectativas dos usuários.

No que se refere aos resultados das pesquisas, a literatura na área (ORNSTEIN, ROMÉRO, 1992; GOMES, 2007; SOUZA, et al, 2005) indica que classicamente eles são apresentados no formato de relatórios, quadros de recomendações (curto, médio e longo prazo) e/ou matrizes de descobertas, de acordo com os objetivos estabelecidos previamente em seu planejamento. Por sua vez, Moreira e Kowaltowski (2009) comentam que, entendendo-se que o ato de projetar está baseado na comunicação visual, aparentemente a representação gráfica é o tipo de linguagem mais apropriado para aplicação dos resultados da APO no processo projetual.

O diagnóstico da APO deve ainda descrever de modo preciso e abrangente, independente do formato de apresentação, os critérios de desempenho adotados na avaliação, assim como o contexto, valores e significados socioculturais do ambiente e dos usuários (PREISER, NASAR, 2008).

Ornstein e Roméro (1992) reafirmam que ao término de qualquer avaliação que envolve dezenas de aspectos técnicos, funcionais e comportamentais, a aplicabilidade dos resultados extrapola o estudo de caso e gera insumo para projetos semelhantes; e esta é, possivelmente, a maior contribuição da APO.

Embora, de maneira geral, se reconheça a importância da APO, as avaliações ainda enfrentam problemas relacionados a aspectos como: tempo e custo envolvidos no processo; resistência das instituições; clientes que temem ser avaliados negativamente; desconfiança dos usuários que desconhecem o processo e se sentem pouco a vontade para fazer julgamentos, principalmente no contexto profissional. Convém também destacar, que os estudos de APO desenvolvidos no Brasil ainda carecem de consistência metodológica, sistematização e clareza na definição dos indicadores de desempenho, assim como de instrumentos de divulgação e implementação das recomendações e diretrizes projetuais para auxiliar intervenções semelhantes (GOMES, 2007; KOWALTOWSKI et al., 2006; SOUZA et al., 2005).

Contudo, essas deficiências justificam-se pela recente expansão, acadêmica e profissional, da APO no contexto nacional e pela pouca tradição do nosso país nas avaliações de produtos e serviços. Espera-se que, ao menos no contexto acadêmico, se comece a discutir mais profundamente as possíveis interferências de avaliações sistemáticas, como a APO, no desenvolvimento de novos projetos.

[1] Tradução livre da autora, do original em idioma inglês: “Post-Occupancy Evaluation is the process of evaluating buildings in a systematic and rigorous manner after they have been built and occupied for some time. POEs focus on building occupants and their needs, and thus they provide insights into the consequences of past design decisions and the resulting building performance. This knowledge forms a sound basis for creating better buildings in the future.”

[2] Tradução livre da autora, do original em idioma inglês: “The definition of POE herein excludes purely technical evaluation, for example, of heating systems or new building materials. Technical elements of building performance are considered only in terms of their effect on occupant health, safety, security, functional performance, and psychological/physical comfort.”

2.2. Métodos e Técnicas de APO

Os métodos e técnicas de pesquisas empregados na APO tem origem em diferentes áreas de conhecimento, o que confere a avaliação um caráter interdisciplinar e diversas possibilidades de aplicação. Devido à proximidade dos estudos de RPA, muitos métodos e técnicas dessa área são frequentemente utilizados para analisar questões relacionadas ao uso e a percepção ambiental, de forma associada aos métodos e técnicas próprios da arquitetura que buscam analisar questões físicas e funcionais do ambiente construído.

Os métodos de pesquisa são um conjunto de definições e processos organizados de forma sistemática para estudar um determinado fenômeno; enquanto as técnicas são os procedimentos realizados para execução do método. Gunther, Elali e Pinheiro (2008) definiram método como o caminho para se aproximar do objeto de estudo e técnica como o procedimento de realização em si, de modo que múltiplos métodos representam caminhos variados para se alcançar o mesmo objetivo.

Dentre os métodos/técnicas utilizados para avaliação do ambiente construído, alguns demandam maior atenção aos aspectos técnicos e funcionais da arquitetura, e outros descrevem mais atentamente os aspectos comportamentais e de percepção ambiental. Não há método ou técnica ideal, a escolha dos métodos/técnicas mais adequados para um determinado estudo varia de acordo com os objetivos e interesses da pesquisa e do pesquisador, e com a aplicabilidade destes ao contexto da edificação e dos usuários.

Ainda segundo os mesmos autores, a meta do pesquisador é compreender que a adoção de diversos métodos e técnicas de pesquisa possibilita uma verificação mais complexa e variada do problema. O emprego de diferentes métodos minimiza as limitações de cada um quando empregado individualmente.

Voordt e Wegen (2013) afirmam que todos os métodos têm vantagens e desvantagens e que a escolha metodológica depende da extensão e da profundidade da pesquisa e que fatores limitantes como tempo, dinheiro e especialização também devem ser considerados.

A APO caracteriza-se, portanto, pela utilização de três ou mais métodos de pesquisa que podem variar de acordo com o ambiente e com os objetivos estabelecidos pelo pesquisador; estratégia que a literatura denomina perspectiva multimétodos ou triangulação metodológica e que tem como objetivo conferir confiabilidade à pesquisa (GUNTHER, ELALI, PINHEIRO, 2011; SOMMER, SOMMER, 2002; RHEINGANTZ et al, 2009; ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995, entre outros).

Dentre os vários métodos/técnicas de APO disponíveis, o essencial é considerar aqueles que discutem o ponto de vista dos técnicos e especialistas (vistorias, medições, etc.) e os que discutem ponto de vista dos usuários, seja através de usuários chaves ou de grupos de usuários distintos. Trata-se da variável básica da APO presente em todas as pesquisas da área (ORNSTEIN, ROMÉRO, 1992).

Diante dessa variedade, os resultados obtidos pelos diferentes métodos/técnicas devem apresentar correspondência entre si, de modo que garanta a confiabilidade e a validação dos dados recolhidos. Gunther, Elali e Pinheiro (2011) ressaltam que, sempre que possível, o pesquisador deve adotar uma estratégia de pesquisa que aborde os diferentes aspectos do problema (pessoas, ambientes, tempo e fenômenos investigados) e permita a clara identificação de pontos de convergência ou divergência nos resultados obtidos.

De acordo com Ornstein e Roméro (1992), antes e durante o processo de avaliação, o avaliador deve tentar entender e fazer referências aos problemas a partir de diversos pontos de vista. No entanto, os autores indicam também ser fundamental adotar e discriminar um viés principal de análise, e que a definição da abordagem metodológica da pesquisa deve favorecer o recolhimento dos dados e análise dos resultados que venham a alimentar tal perspectiva.

Preiser, Rabinowitz e White (1988) destacam que o objetivo da análise de dados é identificar respostas padrão ou diferenciá-las, e que esta fase busca justamente a coerência dos dados descobertos em relação aos objetivos estabelecidos no início da APO.

Ressalta-se que no processo de avaliação, exceto nos casos onde normas ou resoluções definem os níveis ótimos, o julgamento é sempre uma análise subjetiva e pessoal do pesquisador/avaliador que inevitavelmente recorre ao seu conhecimento técnico, às experiências anteriores (pessoais e profissionais) e à juízos de valor. O mesmo se aplica as avaliações dos usuários, nelas o julgamento é sempre fruto de experiências próprias, sejam elas individuais ou de grupo.

Os principais métodos/técnicas de pesquisa em APO relacionam aspectos físicos, funcionais e comportamentais da situação em estudo, e podem ser divididos entre aqueles que se relacionam à avaliação técnica (trabalho profissional, geralmente os pesquisadores) e aqueles referentes à análise perceptiva (contato direto com os usuários para coleta de sua opinião). No primeiro grupo estão: walkthrough, avaliação técnico-funcional (ou vistoria técnica), mapeamento comportamental, mapeamento visual, análise de vestígios comportamentais e análise de behavior settings. No segundo grupo encontram-se: questionários, poema dos desejos, entrevistas, grupos focais, mapa mental, seleção visual. Além disso, a apresentação conjunta dos resultados obtidos na avaliação geralmente recorre à matriz de descobertas e ao quadro de recomendações.

Os métodos/técnicas supracitados encontram-se resumidos no Quadro 1. Nele são descritos brevemente os métodos/técnicas mais utilizados pelos professores de AU nos cursos de graduação e pós-graduação.[3]

Quadro 1 – Quadro resumo dos principais métodos/técnicas de pesquisa em APO – em ordem alfabética

Método/Técnica Descrição

Análise de Behavior setting

A análise de uma situação comportamental como “um sistema limitado, auto-regulado e ordenado, composto de integrantes humanos e não-humanos substituíveis, que interagem de um modo sincronizado para realizar (…) o programa do setting” (Wicker, 1979).

Análise de Vestígios de comportamento Resíduos que a ocupação humana deixou no ambiente, verificados pelo pesquisador, pode entender o que ocorreu no local mesmo sem ter assistido à ação ou visto os usuários. Podem acontecer por erosão (algo foi retirado do local) ou por deposição (algo foi deixado no local).
Avaliação técnico-funcional Investigação profissional sobre aspectos construtivos e funcionais da edificação (Exemplo: superestrutura, pisos, alvenarias, esquadrias, impermeabilizações, instalações, coberturas, área construída e área útil, circulações, adensamento, layout, acessibilidade, conforto ambiental e outros).
Entrevistas Conversação voltada para atender a um determinado objetivo, que resulta em um conjunto de informações sobre sentimentos, crenças, pensamentos e expectativas das pessoas.
Grupo Focal Entrevista em grupo que permite a discussão organizada de um tema, com a presença de um moderador e assistentes. Os resultados são qualitativos e complementam os dados quantitativos obtidos por meio de questionários.
Mapeamento comportamental Registros gráficos das observações relacionadas com as atividades dos usuários em um determinado ambiente; o mapeamento pode ser centrado na pessoa ou centrado no ambiente.
Mapa mental Elaboração de desenhos ou relatos de memória representativos das ideias ou da imageabilidade que um usuário ou grupos de usuários tem do ambiente.
Mapeamento visual Identifica a percepção dos usuários em relação ao ambiente, com foco na localização, na apropriação, na demarcação de territórios, nas inadequações a situações existentes, no mobiliário excedente ou inadequado e nas barreiras.
Matriz de descobertas Principais achados da pesquisa (pontos positivos e negativos detectados) apresentados de modo gráfico, associado a planta baixa e/ou corte.
Poema dos desejos Conjunto de sentenças escritas ou desenhos que exprimem as necessidades, sentimentos e desejos dos usuários com relação ao edifício ou ambiente.
Quadro de recomendações Conjunto de recomendações para intervenção no local estudado, que podem envolver ações a curto, médio e longo prazo.
Questionários Conjunto de questões relacionadas a um determinado assunto ou problema, utilizado para obter informações sobre percepção ambiental, comportamentos e atributos.
Seleção visual Identifica os valores e os significados agregados pelos usuários ao ambiente em uso.

Walkthrough

Percurso dialogado pelo local, complementado por fotografias, croquis gerais e gravação de áudio e de vídeo, abrangendo todos os ambientes.

Fontes: Barker (1978); Elali, Pinheiro (2011); Gunter, Pinheiro (2008); Ornstein, Romero (1992); Ornstein, Bruna, Roméro (1995); Preiser, Rabinowitz, White (1988); Rheingantz et al. (2009); Sommer, Sommer (2002); Wicker (1979); trabalhados pela autora.

[3] Resultado obtido através da realização de um Painel de Experts para a dissertação Avaliação Pós-Ocupação e Design de Interiores: uma experiência didática (BASTOS, 2015). O painel de experts é uma técnica que possibilita o confronto de opiniões a respeito de um tema em estudo, correspondendo ao levantamento da opinião de pessoas consideradas capazes de contribuir para a elucidação das questões emergentes (PINHEIRO; FARIAS; ABE-LIMA, 2013).

O Painel de Experts em questão teve como objetivo compreender no cenário nacional a utilização da APO nos cursos de AU, a partir do mapeamento dos grupos de pesquisa e centros de estudo que desenvolvem trabalhos nessa área. Em seguida foi aplicado um questionário online para os respectivos líderes com a indicações de outros pesquisadores de referência.

2.3. O ensino de APO

Nos cursos de graduação e, principalmente, pós-graduação em AU das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, o ensino de APO vem sendo gradualmente introduzido desde a década de 1980, tanto como campo de pesquisa quanto na fundamentação de projetos.

Considerando a formação generalista proposta pelos cursos de graduação em AU brasileiros, vários autores apontam que o ambiente da pós-graduação talvez seja o lugar mais adequado para o desenvolvimento e aprofundamento de abordagens específicas, como a APO. Neste sentido, é compreensível que grande parte das pesquisas na área de APO seja fruto de trabalhos de mestrado e doutorado (ELALI, VELOSO, 2004).

Em razão do seu caráter interdisciplinar, um crescente número de publicações e pesquisas já indicam a possibilidade de utilização da APO no processo projetual de áreas correlatas à AU, de modo que também passem a considerar em seus projetos os elementos presentes na dinâmica de uso/ocupação do ambiente construído pelos usuários.

Os estudos que vêm sendo desenvolvidos na área destacam principalmente o enriquecimento do programa de necessidades, o aumento de repertório, a identificação de usuários, seus comportamentos, nível de satisfação e expectativas como os principais benefícios da APO para o projeto (ELALI, 2008; ELALI, PINHEIRO, 2003; ELALI, VELOSO, 2006; KOWALTOVISKI, MOREIRA, 2008). Há ainda uma grande expectativa de valorização da área, sobretudo para beneficiação de projetos de cunho social e participativo.

No âmbito do Design de Interiores, diferentemente dos cursos de AU, o ensino e as pesquisas de RPA e APO nos cursos de graduação ainda é pouco disseminado (BASTOS, 2015). Neste sentindo, discute-se a possibilidade de aplicação da APO no processo de projeto no campo do Design de Interiores, com o objetivo de aperfeiçoar o entendimento do lugar, a identificação e caracterização dos usuários e a identificação de problemas e soluções relevantes para projetos nessa área, sobretudo no que se refere a ambientes comerciais e de serviços (corporativos, institucionais, de saúde, etc.).

De acordo com o Ministério da Educação, os cursos de Design de Interiores fazem parte do campo de conhecimento do Design, caracterizado pelo desenvolvimento de projetos para ambientes, produtos, processos e ideias, e seguem parâmetros curriculares próprios. Contudo, de maneira similar ao campo da AU, o exercício projetual em Design de Interiores é a principal atividade, ponto de convergência e de síntese entre os diversos aspectos e condicionantes do espaço físico, dos clientes e usuários.

No que se refere à atuação profissional, de acordo com Cirne e Geoffroy (2013), o designer de interiores atua no projeto, execução, pesquisa, consultoria e na área de serviços relacionados aos espaços interiores.

Neste sentido, os cursos de graduação em Design de Interiores (Bacharelado), de maneira geral, objetivam a formação de profissionais que planejam ambientes interiores (residenciais, comerciais, corporativos e institucionais) considerando aspectos técnicos, funcionais, culturais, econômicos e psicológicos do ambiente construído para a qualidade de vida dos usuários (ABD, 2014a; CHING, BINGGELI, 2013; GIBBS, 2009; GURGEL, 2013).

Apesar dessa intenção geral, verifica-se nos cursos superiores de graduação regulares em Design de Interiores poucas disciplinas que abordam avaliações sistemáticas de edificações ou ambientes edificados e sua interface com o projeto[4]. Em função disso, os profissionais formados pouco conhecem (ou mesmo desconhecem) métodos e técnicas de pesquisa no campo das RPA e da APO e seus possíveis rebatimentos no projeto.

Deste modo, como a formação na área precisa ser constantemente repensada e aprimorada, acredita-se que o ensino de APO como abordagem de análise de questões ligadas ao uso do ambiente construído pode representar, a exemplo das experiências realizadas nos cursos de AU (ELALI, 2011; ELALI, VELOSO, 2006; ORNSTEIN, 2002), um aprimoramento do processo de concepção projetual, principalmente em situações de maior complexidade do objeto de intervenção.

Ao valorizar as particularidades e as singularidades dos ambientes e usuários a APO vem contribuindo sobremaneira para o projeto arquitetônico e pode vir a contribuir também para o projeto de design de interiores, especialmente no ambiente acadêmico; permitindo ao estudante e futuro profissional uma reflexão diferenciada sobre questões como programa de necessidades, compreensão do público alvo e suas expectativas, identificação de comportamentos padrão e a captação de valores e significados socioculturais relevantes para o projeto.

[4] Resultado obtido através de levantamento e análise dos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPC) e os ementários das disciplinas dos cursos de Design/Design de Interiores/Ambientes das instituições UFBA, UEMG, UFU, UFRJ e UFG para a dissertação Avaliação Pós-Ocupação e Design de Interiores: uma experiência didática (BASTOS, 2015).

A pesquisa realizada constatou que apenas os cursos da UFU e da UFG oferecem disciplinas que abordam de forma indireta a APO e as RPA. Contudo, o assunto é abordado somente no campo teórico; a interface entre APO e a prática projetual não é explorada ou não foi mencionada nesses documentos.

3. Conclusão

O campo da APO encontra-se hoje, quase 30 anos após a primeira publicação brasileira dedicada ao tema, consolidado e apresentando resultados consistentes em diferentes campos de pesquisa, valorizando assim a sua origem multidisciplinar.

Nos cursos de graduação e, principalmente, pós-graduação em AU que vêm desenvolvendo experiências com APO nos ateliês de projeto – ainda que de forma isolada sob liderança de alguns professores/pesquisadores referência no assunto – entende-se que este tipo de exercício possibilita ao estudante refletir de maneira mais profunda e embassada sobre as interações entre pessoa e ambiente. Mesmo as avaliações desenvolvidas com enfoque técnico e funcional, favorecem o entendimento de aspectos relacionados aos usos, comportamentos e percepção do ambiente pelos usuários, propiciando subsídios e insumos diretos para intervenção naquele objeto arquitetônico ou para elaboração de novas propostas de projeto.

Neste sentido, a importância da APO no contexto acadêmico do Design de Interiores excede o próprio conceito da avaliação enquanto um processo sistematizado de investigação e análise do ambiente construído. Nesse contexto a avaliação representa também a possibilidade de colaboração interdisciplinar entre os campos do Design, da AU e da Psicologia Ambiental; bem como a discussão fundamentada de aspectos relacionados às subjetividades e expectativas dos usuários.

Considera-se importante ressaltar neste trabalho que um dos objetivos da APO é aproximar a fase de uso e ocupação dos ambientes construídos da fase de planejamento e projeto visando maior coerência das decisões projetuais numa situação de reformulação e/ou estudo de precedentes e referências. No entanto, a avaliação não deve inibir ou restringir o processo de criação. A intenção é que a avaliação aprofunde a experiência no ambiente construído para gerar diagnósticos mais completos dos aspectos que devem ser preservados e aqueles que necessitam de mudanças de ordem formal, funcional, técnica ou estética no projeto de Design de Interiores.

Por fim, esta breve revisão não esgota o assunto e muito menos determina diretrizes para implantação da APO no processo de projeto de Design de Interiores, o objetivo principal deste trabalho foi revisar o tema e promover reflexões para futuros estudos empíricos acerca da aproximação desta abordagem de pesquisa do vasto e complexo campo das metodologias de projeto de Design.

Referências Bibliográficas

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Currículo da autora

Carla da Silva Bastos

Bacharel em Composição de Interiores pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Especialista em Promoção de Espaços Saudáveis e Sustentáveis pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e Mestre em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na linha de pesquisa Projeto de Arquitetura. Professora EBTT efetiva no IFMG, Campus Santa Luzia, atuando nos cursos de Design de Interiores e Técnico Subsequente em Paisagismo. Atuou como professora assistente do curso de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Anhanguera de Niterói (UNIAN), instrutora no curso técnico de Design de Interiores no SENAC-RJ e professora substituta no Departamento de Artes e Representação da Escola de Belas Artes – UFRJ. Possui experiência como Designer de Interiores no desenvolvimento de projetos e consultorias técnicas para ambientes residenciais, comerciais e corporativos.

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