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Design inclusivo: Prática profissional e cidadania

DESIGN INCLUSIVO: PRÁTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA

Autores

Pery Roberto Segala de Medeiros
Paola Beatriz May Rebollar
Monna Michelle Faleiros da Cunha Borges
Victor Barbosa do Carmo

Resumo

Este artigo visa apresentar o atual estágio do projeto “Design Inclusivo: compreendendo as necessidades dos idosos”. As atividades tiveram início em junho de 2016 em uma residência para idosos de Florianópolis, Santa Catarina e ocorreram em quatro etapas. Após entrevista com funcionários verificou-se como dificuldade a falta de privacidade nos dormitórios coletivos. O desafio tornou-se projetar divisórias para aumentar a privacidade dos usuários, com orçamento reduzido, atendendo às exigências legais. A partir do conhecimento e compreensão dos conceitos de ética, sustentabilidade e inclusão social, os alunos aplicaram suas ideias na solução de problema real. Para encontrar a solução foi necessário analisar o problema, sintetizar as informações relevantes em um programa de necessidades e avaliar alternativas baseadas nos critérios pré-estabelecidos. O Design apresenta alto potencial de contribuição com todas as camadas sociais, mas é necessário superar limitações estabelecidas pela conjuntura econômica e perceber seu papel diante das demandas da sociedade.

Palavras-chave: Design de Interiores. Inclusão Social. Experiência Pedagógica.

Abstract

This article presents the current stage of the project “Inclusive Design: understanding the elderly’s needs “. The activities began in June 2016 in a residence for the elderly in Florianópolis, Santa Catarina and occurred in four stages. After an interview with staff, we verified that the lack of privacy in collective dormitories was problem. The challenge has been to design partitions to increase user privacy, with reduced budget, meeting legal requirements. From the knowledge and understanding of the concepts of ethics, sustainability and social inclusion, the students applied their ideas to the solution of a real problem. To find the solution, them analyze the problem, synthesize the relevant information into a needs program, and evaluate alternatives based on pre-established criteria. Design has a high potential for contribution to all social strata, but it is necessary to overcome limitations established by the economic conjuncture and to perceive its role in society needs.

Key words: Interior Design. Social Inclusion. Pedagogical Experience.

Introdução

O Design é um campo do conhecimento associado à necessidade de encontrar a ordem no caos, ou seja, de descobrir o sistema subjacente ao caos. As pessoas apresentam uma tendência em buscar um significado e um padrão em todas as coisas do mundo que parecem arbitrárias e confusas. No Design este processo de encontrar ou descobrir a ordem é realizado de forma experimental aplicando estratégias intelectuais associadas à intuição e percepção. Os Designers procuraram satisfazer as necessidades físicas e psicológicas de seus clientes e dos usuários dos espaços projetados através do seu trabalho.

Para poder desempenhar o que se espera de seu trabalho, o Designer precisa desenvolver um conjunto complexo de habilidades e competências, tais como a capacidade para investigar organizar e inovar; para descobrir as respostas aos problemas dos clientes e usuários; para associar considerações técnicas e preocupações relacionadas aos fatores sociais e da harmonia estética; para prever as conseqüências ambientais, ecológicas econômicas e políticas provocadas pelo seu trabalho (PAPANEK, 2014). Durante o processo pedagógico de formação de futuros profissionais da área do Design as habilidades e competências são desenvolvidas de diferentes formas ao longo das diversas disciplinas que compõem o currículo dos cursos superiores. Porém, o trabalho do Designer demanda sutilezas e empatias que dificilmente podem ser ensinadas/aprendidas apenas em situações de sala de aula. Diante desta dificuldade, é relevante o desenvolvimento de atividades de pesquisa e de extensão universitária que permitam ao estudante entrar em contato com a realidade do trabalho ainda durante sua formação acadêmica.

A Política Nacional de Extensão Universitária brasileira destaca esta atividade como um “processo acadêmico definido e efetivado em função das exigências da realidade, além de indispensável na formação do estudante, na qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade” (FORPROEX, p. 11, 2015). Nesta mesma direção, uma instituição de ensino superior de Florianópolis, Santa Catarina estimula a comunidade acadêmica a desenvolver atividades diversas relacionadas com o contexto socioeconômico e cultural de seu entorno, priorizando práticas voltadas para o atendimento de necessidades sociais. Dentre os cursos ofertados pela Faculdade destaca-se o Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores que possui um grupo de pesquisa formalmente constituído através do qual são desenvolvidas as atividades de pesquisa e extensão vinculadas às disciplinas do currículo.

No quadro de crise ambiental e ética no qual vivemos atualmente é possível perceber que tanto o Design quanto a Arquitetura tiveram suas contribuições. Basta analisar a configuração hostil e exclusiva das cidades, para que seja possível perceber que os ideais de levar o Design a todas as camadas sociais promovidos pelas principais escolas se deterioraram e transformaram-se em símbolos da desigualdade social e do afastamento da natureza (BURDEK, 2010). Hoje, a poluição urbana, a pobreza, a insegurança e a falta de liberdade são comuns nos espaços urbanos em muitos lugares do mundo. As sociedades que enfrentam tais problemas precisam urgentemente de novas e radicais abordagens do Design e da Arquitetura. Os Designers de Interiores trabalham, principalmente, no estoque de edificações que foram projetadas sem preocupações inclusivas ou ambientais e, por isso, encontram-se na situação de lidar com o principal problema do ambiente construído (MOXON, 2012).

O contexto econômico mundial e nacional ao qual o Design está submetido não favorece nem a preocupação com a universalidade social nem o comprometimento com as questões ecológicas. A intensa competitividade entre empresas e profissionais, a ênfase do mercado em atender as elites, a busca pela inovação, ainda que incremental ou constituída de deformações do aspecto ou da função, leva a um processo de conformação com a busca obsessiva por dinheiro e reconhecimento. Visando contornar estes problemas do mercado de trabalho e auxiliar os estudantes no desenvolvimento da cidadania, o regulamento do grupo de estudos da referida instituição de ensino superior destaca que as atividades a serem desenvolvidas devem estar vinculadas à “empresa pública, privada, do terceiro setor ou de economia mista, pertinentes como atividade voluntária”. Assim, as atividades desenvolvidas apresentam cunho social visando atender principalmente aqueles que não tem condições de pagar pelo planejamento dos espaços interiores.

As pessoas contemporâneas nascem, vivem e morrem predominantemente em espaços interiores. Tais espaços espelham cada um dos aspectos das nossas vidas e influenciam nossas percepções e estados de espírito para enfrentar os desafios diários. A relação entre as pessoas e os espaços de habitação e trabalho ocorre até mesmo no nível fisiológico, promovendo ou restringindo a produção de hormônios como a serotonina e a melatonina. Por isso, projetar espaços adequados para todos é tão relevante socialmente.

Quando os projetos de Design se constituem de estratégias simples, de fácil compreensão, possíveis de uso e conservação duradouros, se constituem em intervenções benignas à sociedade e ao ambiente que informam e educam clientes, usuários e a sociedade. Quando o Designer cria tendo em mente a harmonia e o equilíbrio trabalhando para o bem dos membros mais fracos dos grupos sociais, enfrentando as conseqüências de suas intervenções e aceitando as responsabilidades sociais e morais do seu trabalho, promove uma atividade que reforma a própria sociedade (PAPANEK, 2014).

Dentre os grupos sociais que não são alvo comum dos projetos de Design de Interiores destacam-se os idosos que vivem em instituições. Estes espaços, muitas vezes mantidos por doações e atividades voluntárias, apresentam diversos problemas que podem ser resolvidos através de projetos de interiores. Tais intervenções apresentam potencial para melhorar a qualidade de vida dos usuários. Neste contexto, o grupo de estudos vem desenvolvendo um projeto de pesquisa e extensão intitulado “Design Inclusivo: compreendendo as necessidades dos idosos”.

Este artigo visa apresentar o atual estágio de desenvolvimento do projeto de pesquisa e extensão mencionado, destacando as construções teóricas realizadas por estudantes e professores, os primeiros resultados práticos das atividades em campo, bem como, discutindo as dificuldades encontradas durante o processo.

Fundamentação Teórica

A sociedade contemporânea enfrenta diferentes problemas e crises. Existem os riscos e incertezas provocados pelas economias mundializadas. É possível destacar ainda a profunda desigualdade territorial e social que promove a exclusão de povos inteiros, bem como, de minorias étnicas e grupos específicos dentro de cada sociedade, como por exemplo, os portadores de necessidades especiais. Destaca-se ainda a degradação ambiental provocada pelos sistemas produtivos e pela ocupação humana em todos os continentes. Momentos de crise provocam instabilidades e inseguranças, mas por outro lado, promovem a discussão e implantação de estratégias que em outras circunstâncias seriam consideradas apenas utopias.

Na lógica de construir estratégias frente a complexa crise contemporânea, já há algumas décadas se fala em ecodesenvolvimento e sustentabilidade. Apesar da imensa diversidade de acepções que tais expressões podem assumir em função daqueles que as utilizam se aceita que fazem parte do raciocínio que as envolvem, os aspectos ecológicos, econômicos e sociais relacionados ao uso dos recursos naturais. Historicamente, o conceito de sustentabilidade foi evoluindo ao longo de décadas tendo início com a discussão sobre direitos humanos e somente mais tarde incorporando as discussões ambientais.

Conforme destacado por Sachs (2009), os conceitos de desenvolvimento (melhoria de qualidade de vida de uma sociedade) e direitos humanos passaram a ser utilizados com mais frequência após o período das Guerras Mundiais. Nesta época, em diferentes continentes, as populações e os sistemas políticos estavam comprometidos com a superação das dificuldades infringidas pelas guerras e pela depressão econômica, bem como, em superar as ideias que haviam levado os diferentes países aos embates. Estes conceitos foram utilizados ainda como fundamentos do sistema das Nações Unidas e como subsídios para e impulsionar os processos de descolonização.

As discussões voltadas para as questões ambientais são mais recentes e remontam a década de 1970. Neste período, já existiam algumas pesquisas assinalando os efeitos nocivos do avanço da produção industrial em larga escala. Mas o marco definitivo para o surgimento da onda da conscientização ambiental foi a Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em 1972 da qual resultou o tão falado Relatório Brundtland. A partir de então, pesquisadores de diferentes continentes passaram a apontar elementos relevantes para a promoção do equilíbrio entre ecologia, economia e sociedade.

Neste contexto, alguns pesquisadores buscaram destacar a relevância de considerar as pessoas em primeiro lugar (CERNEA, 1986; FRIEDMANN, 1996; SACHS, 2009). Na argumentação de tais pesquisadores, as restrições econômicas e ecológicas afetam positivamente os países desenvolvidos, mas apresentam alto potencial de impactos negativos nas populações carentes dos países subdesenvolvidos. Neste contexto, destaca-se a cruel realidade de que pessoas famintas ou privadas de seus direitos humanos básicos, como liberdade, autonomia e autodeterminação, tem pouca ou nenhuma motivação para se preocupar com o equilíbrio ambiental. Nas palavras de Michael Cernea (1986, p.56) “os povos tem prioridade máxima”.

Sachs (2009) destaca que a sustentabilidade, enquanto projeto nacional ou supranacional, só pode ser alcançada em um processo histórico de apropriação universal da totalidade dos direitos humanos, individuais e coletivos. Este processo deve incluir direitos políticos, cívicos, civis, sociais, econômicos, culturais, bem como, os direitos coletivos ao desenvolvimento, ao meio ambiente e à cidade equilibrada (BOBBIO e LAFER, 1994). Esta apropriação de direitos fornece as bases para um novo contrato social que deve ser honrado pelos Estados. Nesta perspectiva o desenvolvimento seria a “expansão das forcas produtivas da sociedade com o objetivo de alcançar os direitos plenos de cidadania para toda a população” e somente depois disso seria possível discutir e agir na direção da sustentabilidade (FRIEDMANN, 1996, p.166).

Estabelecidos os critérios para alcançar a sustentabilidade social (a saber, o acesso aos direitos humanos), é possível pensar na forma de alcançar a sustentabilidade econômica e ecológica. Enquanto espécie inteligente e com ampla capacidade de adaptação, os humanos devem ser capazes de criar uma economia de permanência, ou seja, um sistema de alocação e transformação de recursos naturais baseado na satisfação das verdadeiras necessidades humanas, limitado pela compreensão dos processos e temporalidades ecológicas (DALY, 2004).

Diante disso, entende-se que a sustentabilidade baseia-se em alguns critérios conforme enunciado por Sachs (2009, p.85-86):

a) “Social: alcance de um patamar razoável de homogeneidade social; distribuição de renda justa; emprego pleno e ou autônomo com qualidade de vida decente; igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.
b) Cultural: mudanças no interior da continuidade (equilíbrio entre respeito à tradição e inovação); capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional e endógeno; autoconfiança combinada com abertura para o mundo.
c) Ecológica preservação do potencial do capital natural na produção de recursos renováveis; limitação do uso de recursos não renováveis.
d) Territorial: configurações urbanas e rurais balanceadas; melhoria do ambiente urbano.
e) Política: democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos humanos; nível razoável de coesão social”.

 

A análise das pesquisas e experiências aplicadas nesta direção no campo do Design permite afirmar que, dentre os aspectos mencionados, as questões ecológicas e econômicas são enfatizadas enquanto os temas sociais ficam em segundo plano (MOXON, 2012; PAPANEK, 2014; ROAF et.al., 2009). Diversos pesquisadores como Cernea (1986), Friedmann (1996) e Sachs (2009) enfatizam que este posicionamento dos aspectos sociais envolvidos no ecodesenvolvimento e na sustentabilidade é arriscado. As pessoas vem em primeiro lugar por diferentes motivos, como pelo fato de que a conservação tem relação direta com o bem-estar humano nesta e nas próximas gerações e porque o caos social pode ocorrer antes e de forma mais intensa do que o caos ecológico afetando a vida de todos em curto e médio prazo.

O Design vem aos poucos incorporando estas lógicas. Apesar da existência de diversos profissionais e empresas com trabalhos centrados na sustentabilidade, nesta área do conhecimento ainda predomina de forma contundente o desconhecimento e a confusão teórica no que se refere à questão da sustentabilidade. Por isso, é importante a discussão desta temática nas instituições de ensino, entre professores, profissionais e estudantes. Conforme Pazmino e Santos (2017, p. 15) a

“sustentabilidade ainda não faz parte das matrizes curriculares da maioria dos cursos de Design em SC … quando o tema é inserido acaba sendo abordado em uma disciplina isolada que geralmente não mantém uma relação interdisciplinar com as outras disciplinas do curso.”

 

Esta não parece ser uma boa estratégia já que temas como sustentabilidade e inclusão apresentam alto nível de complexidade e envolvem conhecimentos provenientes de diferentes áreas.

Santos (2017, p. 49) destaca que o “design, muitas vezes apontado como uma das profissões que contribui para os problemas ambientais que enfrentamos atualmente, pode e deve desempenhar um papel positivo no processo de mudança” da nossa relação com o ambiente e com nossos semelhantes em direção a equidade e coesão social. Em função do grande impacto que a indústria da construção civil causa ao ambiente e à grande importância que os espaços interiores na vida das pessoas, Designers e Arquitetos podem, de fato, reduzir os efeitos negativos de suas atividades e melhorar consideravelmente a qualidade do ambiente construído, numa perspectiva que englobe os três elementos da sustentabilidade. Do ponto de vista social é possível pensar na diversidade humana e cultural no momento de projetar. Do ponto de vista ecológico é possível assumir um compromisso na especificação de materiais e métodos construtivos de baixo impacto ambiental. Por fim, do ponto de vista econômico é possível reduzir custos aproveitando, pelo menos, as especificidades bioclimáticas locais (ROAF et.al., 2009).

O Designer pode e deve atuar também como um professor porque está em posição de informar e influenciar o cliente seja este um governo, uma empresa privada ou indivíduos. No quadro atual de confusão sobre as questões ambientais e a sustentabilidade é ainda mais importante que os Designers ajudem a orientar as intervenções tornando-as mais humanas e naturais. Mas para isto, é necessário que estes profissionais consigam ampliar seus próprios conhecimentos e reorientar seus modos de trabalhar.

Quando se destaca a sustentabilidade social no Design de Interiores é relevante pensar em projetos que sejam capazes de melhorar a qualidade de vida dos usuários e atingir a maior quantidade possível de pessoas. Quando o processo educativo está centrado em uma formação humanista é através da problematização de contextos reais onde a intervenção dos futuros Designers de Interiores pode encontrar soluções para problemas sociais.

O foco central da discussão sobre o tema da inclusão social diz respeito à busca de estratégias para eliminar as barreiras que promovem a exclusão. Os espaços das edificações que atendem a grupos com necessidades específicas, como idosos, podem ou não favorecer o processo de inclusão de todas as pessoas. As referidas necessidades específicas se expressam nas mais variadas formas, permanentes ou temporárias, físico-motoras, visuais, auditivas, cognitivas, de interação social. Por isso, as estratégias necessárias para proporcionar a inclusão de todos devem ser também amplas e variadas de forma a garantir o direito constitucional de todos os cidadãos brasileiros de serem tratados como iguais. O primeiro passo nesta direção é possibilitar aos futuros profissionais uma compreensão clara das necessidades apresentadas por cada um dos diferentes grupos existentes dentro da sociedade nacional.

As referidas necessidades especiais se expressam nas mais variadas formas, permanentes ou temporárias, físico-motoras, visuais, auditivas, cognitivas. Por isso, as estratégias necessárias para proporcionar a inclusão de todos devem ser também amplas e variadas. Hoje, em função de diversas conjunturas e dos meios de comunicação de massa, as pessoas percebem o mundo, principalmente, através da visão. Em função disso, os projetos são construídos e executados para atender a este sentido predominante. Esta característica exclui uma grande quantidade de pessoas: aquelas que não possuem o sentido da visão ou que apresentam este sentido debilitado em função da idade, de doenças congênitas ou adquiridas, pessoas com estatura muito reduzida ou muito exacerbada que observam os espaços sob outro ponto de vista etc (DISCHINGER e BINS ELY, 2012).

Os espaços interiores devem ser utilizados e apreciados de forma multi-sensorial e multidimensional. As pessoas são dotadas de cinco sentidos, possuem nervos sensoriais que indicam a posição e o movimento do corpo em relação a um espaço, possuem receptores termomusculares que registram calor e frio e apresentam reações musculares visíveis e involuntárias aos mais diferentes estímulos. Logo um ambiente projetado para todos tem que ir muito além da impressão visual. As condições de iluminação natural ou artificial, as sensações provocadas pelo que sentimos sob os nossos pés ao caminhar, as sensações táteis em toda superfície do corpo, o olfato, as reações musculares a espaços grandes e pequenos, os sons e ritmos e a geometria dos espaços precisam ser pensados nos projetos que visam incluir os usuários e promover sensações de bem-estar, alegria e conforto (PAPANEK, 2014).

A função do Designer é apresentar opções para as pessoas. Estas opções devem ser reais e significativas permitindo que as pessoas sejam capazes de acessar, compreender e participar das atividades que ocorrem em determinado espaço com autonomia, segurança e conforto (DISCHINGER e BINS ELY, 2012). Obviamente, os requisitos que precisam ser compreendidos pelos profissionais do Design para que os projetos de fato atendam às inúmeras demandas específicas são complexos. Por isso, é muito difícil para um Designer sozinho ou mesmo em parceria com os colegas compreender claramente toda esta complexidade. Esta conjuntura implica na necessidade de trabalhar em equipe com profissionais de diferentes áreas e, principalmente, conhecer e dar voz ao público alvo.

A inclusão das mais variadas condições humanas no conjunto de preocupações relacionadas ao Design é um importante passo para a ampliação do acesso aos direitos por parte de todos os cidadãos. Segundo Araujo (1994) e Guimarães (1995), o investimento em acessibilidade é uma maneira de garantir o direito de ir e vir com segurança e autonomia a uma expressiva parcela da sociedade, possibilitando seu fortalecimento social, político e econômico. A constituição brasileira prevê a igualdade de tratamento entre todos os cidadãos. A legislação brasileira e seu conjunto de normas técnicas possuem uma tradição de amplitude. Da mesma forma, a norma que trata do tema da acessibilidade é ampla e apresenta estratégias para atender as mais variadas necessidades especiais. A norma técnica ABNT 9050/2015 apresenta uma série importante de elementos que precisam ser levados em consideração na elaboração de projetos capazes de atender a este público. Mas, apesar de sua importância, esta norma é uma diretriz e não uma lei. Por conta disso, sua aplicação ainda é restrita e, muitas vezes, só ocorre após intervenção judicial. Somente quando atendidas as demandas específicas dos usuários dos espaços interiores as pessoas obterão condições de liberdade, autonomia e autodeterminação que permitem o desenvolvimento de todo seu potencial, caminhando na direção da sustentabilidade no aspecto social.

Procedimentos Metodológicos

O projeto de pesquisa e extensão está sendo desenvolvido em quatro etapas. Teve início em junho de 2016 e a ainda está em desenvolvimento. A primeira etapa foi a definição das estratégias de desenvolvimento do projeto. Internamente, o grupo de pesquisa solicitou e recebeu autorização da direção acadêmica e buscou, entre as instituições conveniadas, um local onde o projeto pudesse ser desenvolvido. Foi definida como área de estudo uma instituição de atendimento a idosos localizado em bairro na área de influência da Faculdade.

A segunda etapa constituiu-se da fundamentação teórica e levantamento bibliográfico do projeto no que diz respeito a conceitos como sustentabilidade, inclusão social e ética. Esta etapa foi desenvolvida por sete professores do curso.

A terceira etapa foram os encontros com os vinte e três estudantes envolvidos no projeto e compartilhamento de material bibliográfico. A partir da leitura do material foram conduzidas discussões sobre os principais temas para o desenvolvimento do projeto. Nesta etapa, as noções de interdisciplinaridade, pesquisa e extensão universitária também foram discutidas com os estudantes visando contextualizar a proposta de trabalho.

A quarta etapa foi a coleta de dados a campo. A primeira visita às edificações da instituição atendida ocorreu no dia 18 de abril de 2017. Foram realizadas entrevistas abertas com os funcionários e gestores, a saber, a presidente, a chefe das enfermeiras e a administradora (MARCONI e LAKATOS, 2007). PERGUNTAS FEITAS NAS ENTREVISTAS A instituição atende cinquenta e seis idosos (homens e mulheres) permanentemente. Os idosos apresentam diferentes condições de saúde: alguns são lúcidos e se movimentam livremente, outros apresentam restrições de mobilidade, baixa visão e problemas auditivos e alguns idosos possuem deficiências cognitivas graves o que os torna dependentes dos cuidados de enfermagem.

Foi realizado um levantamento físico dos espaços a serem trabalhados e constituído um programa de necessidades (KARLEN, 2010). A instituição conta com quartos duplos que compartilham o mesmo banheiro. Existem oito conjuntos de quartos duplos, ou seja, dezesseis quartos no total. Seis quartos apresentam quatro camas e dez quartos apresentam três camas cada. Os quartos são divididos em duas alas: feminina e masculina, separadas por um pátio interno. Todas as informações coletadas foram registradas em cadernos de campo e fotografias digitais.

Resultados e Discussão

Dentro do processo educativo, a primeira etapa de qualquer atividade é a confrontação dos estudantes com aquilo que já se conhece sobre um determinado tema. Nesta etapa, espera-se que os envolvidos sejam capazes de desenvolver habilidades de conhecimento e compreensão dos conceitos envolvidos (BLOOM et.al., 1972). Em julho de 2016, os professores que participam do projeto “Design Inclusivo: compreendendo as necessidades dos idosos” definiram o escopo da proposta e os principais conceitos que seriam apresentados e discutidos com os estudantes. Em agosto do mesmo ano tiveram início as reuniões com docentes e discentes. Nestas discussões foram apresentadas as bibliografias básicas a serem estudadas. Após a leitura individual dos materiais foram realizadas rodadas de discussões que permitiram a sistematização dos conhecimentos como foi apresentado na sessão denominada Fundamentação Teórica.

Tomando como base as construções teóricas apresentadas na sessão de fundamentação, os estudantes foram convidados a visitar voluntariamente a instituição selecionada para ser atendida pelo projeto “Design Inclusivo: compreendendo as necessidades dos idosos”. A primeira visita ocorreu em abril de 2017. Nesta ocasião, o grupo foi acompanhado por uma das gestoras que trabalha no setor administrativo da instituição. A partir da entrevista aberta realizada com esta funcionária da instituição foi possível compreender que as atividades estão regradas por leis específicas (BRASIL, 2003, 2005, 2007, 2017) que definem o que pode ser realizado em um projeto de interiores.

Houve pouco contato direto com os idosos porque os gestores entendem que os mesmos não devem ter suas rotinas perturbadas. Diante deste posicionamento, o alvo da visita tornou-se a compreensão dos espaços e dos usos dos ambientes, especialmente, dos dormitórios. A instituição apresenta dormitórios coletivos femininos e masculinos padronizados (Figura 1 e 2).

Figura 1: Dormitório coletivo feminino.
Fonte: Registro fotográfico dos autores.

Figura 2: Dormitório coletivo masculino.
Fonte: Registro fotográfico dos autores

Após a entrevista com os funcionários ficou claro que a maior dificuldade enfrentada atualmente tem relação com a falta de privacidade enfrentada pelos idosos que compartilham os dormitórios coletivos. Esta necessidade é derivada da dinâmica cotidiana porque alguns idosos utilizam fraldas geriátricas e na hora das trocas é necessário acender a iluminação geral do quarto provocando desconforto nos demais usuários. Também foram relatados conflitos provocados pelo desejo por parte de alguns idosos de ler a noite, o que também demanda o acendimento da iluminação geral, incomodando aqueles que querem dormir. Por fim, foram relatados também conflitos entre os residentes lúcidos e não lúcidos compartilhando um mesmo quarto. Fernandes (2009) analisando instituições que atendem a idosos no nordeste brasileiro também verificou que os dormitórios coletivos reduzem a privacidade dos moradores.

O grupo em conjunto com os gestores chegou a conclusão de que divisórias entre os leitos e a instalação de iluminação direcionada para cada cama poderiam reduzir os conflitos e a falta de privacidade. Porém, as instituições de assistência aos idosos estão submetidas a uma série de legislações relacionadas, principalmente, com segurança e higiene que restringem a forma como poderiam ser instaladas divisórias. Além disso, ficou claro que a instituição não dispõe de recursos para a aquisição e instalação das mesmas. Projetar divisórias capazes de aumentar a privacidade e, consequentemente, o conforto dos usuários, com orçamento reduzido e atendendo a todas as exigências legais passou a ser o desafio do grupo que está desenvolvendo o projeto.

É relevante destacar que este objetivo de projetar as divisórias para aumentar a privacidade não havia sido pensado anteriormente. A ideia inicial da equipe era humanizar os espaços trazendo memórias afetivas que auxiliassem os usuários a sentir-se confortáveis e acolhidos. Tal ideia tem relação com um conjunto de pesquisas interdisciplinares relacionadas ao campo de estudo da interação entre pessoas e ambiente construído, especialmente na temática comunidade-identidade-cultura que destaca a diversidade, o apego e a identidade dos espaços interiores (MOSER, 2005). Esta ideia foi descartada quando ficou claro que os espaços não podem conter objetos que podem prejudicar a higienização. Por outro lado, os gestores reconheceram a importância dos mesmos para melhorar o conforto dos moradores e consentiram com a iniciativa apresentada pelos estudantes de buscar doações de colchas, almofadas e cortinas que possam ser personalizadas e assim trazer um pouco de individualidade e personalidade aos ambientes.

Esta situação demonstrou uma riqueza de elementos pedagógicos a serem trabalhados com os estudantes. Em primeiro lugar, pode-se destacar o conflito que surge quando o estudante tem uma ideia inicial para seu projeto e o cliente/usuário discorda da sua avaliação. Esta é uma situação comum no cotidiano profissional dos Designers mas que é desafiadora para os estudantes. O futuro profissional precisa desenvolver habilidades de pesquisa e aplicação dos conhecimentos adquiridos (BLOOM et. al., 1972) para conseguir defender sua ideia inicial. Por outro lado, precisa desenvolver valores como humildade e flexibilidade para adaptar seus esforços àquilo que clientes/usuários realmente acham necessário. Tomasini (2005, p. 76) aponta que, naquilo que se refere aos idosos, “dentre as inúmeras preocupações relacionadas ao desafio de proporcionar qualidade de vida adequada a esta população, destaca-se o oferecimento de ambientes mais adequados às reais necessidades”. A definição de um programa de necessidades que realmente atenda as demandas de clientes e usuários é um elemento chave na formação dos futuros Designers (KARLEN, 2009).

Outro elemento que merece destaque neste processo de desenvolver atividades relacionadas ao atendimento das demandas sociais, como neste caso dos idosos, é identificado por FORPROEX (2015, p.39) como a capacidade de impacto e transformação social que as ações coordenadas de pesquisa e extensão no ensino superior são capazes de promover enquanto “mecanismo por meio do qual se estabelece a inter-relação da universidade com os outros setores da sociedade, com vistas a uma atuação transformadora” através da ampliação do acesso aos saber.

Este posicionamento de atender voluntariamente as demandas de setores excluídos da sociedade através da oferta dos conhecimentos específicos de uma área vai ao encontro de uma postura ética e cidadã. O desenvolvimento deste tipo de postura deve ser favorecido durante a formação superior dos estudantes. Conforme indicado por Helferich (2006, p.437), a ética é cada vez mais um tema central na formação profissional em qualquer área. Isto se deve a uma

“necessidade geral de orientação e nos problemas da nossa época em que as imagens tradicionais do mundo são cada vez mais substituídas por um discurso planetário aceca de uma apropriada compreensão do mundo e da sociedade. Neste contexto, cabe um papel especial à ética … ela é a única disciplina filosófica em que está em jogo um dever-ser, ou seja, prescrições ou normas capazes de dar à ação humana uma orientação definitiva. Desse modo, é também a única disciplina filosófica que reivindica importância geral para a vida, inclusive no cotidiano mais banal”.

 

A atitude ética no Design tem início com a conscientização sobre a intenção do Designer e sobre o uso do espaço criado. Ao exercer a atividade, aquilo que se faz dá forma ao que pretendemos para a sociedade. O primeiro passo nesta direção está relacionado ao reconhecimento dos dilemas éticos da profissão de Designer. Esta reflexão não é fácil.

Os processos educativos relacionados ao Design são divisivos, por um lado são ensinados e aprendidos aspectos tecnológicos como Design assistido por computador (CAD), materiais e processos contemporâneos e, por outro lado, estimula-se o senso artístico conduzindo, às vezes, a uma estética irresponsável. Diante dessa educação desorientadora e da estrutura social contemporânea cuja medida de sucesso é a quantidade de dinheiro que um profissional é capaz de acumular, como refletir sobre a ética no Design?

Papanek (2014, p.66) aponta algumas considerações que podem auxiliar na reflexão sobre a ética no Design:

a) “Irá o Design ajudar significativamente na sustentabilidade ambiental?
b) Poderá facilitar a vida de algum grupo marginalizado pela sociedade?
c) Poderá aliviar a dor?
d) Ajuda aqueles que são pobres ou privados de seus direitos por algum motivo?
e) Pode salvar recursos insubstituíveis?”

 

Respostas positivas não garantem uma postura totalmente ética no Design, mas nos ajuda a compreender melhor os desafios e ajustar nossas ações para vencê-los. A ética no Design é a base filosófica para seja possível fazer as escolhas morais e de valores necessárias para o desenvolvimento dos projetos. As decisões morais ocorrem quando se é capaz de identificar a existência de um dilema e pesar conscientemente as alternativas. As decisões entre alternativas serão embasadas nos valores que, muitas vezes, provém de crenças e posturas pessoais e coletivas. Outro aspecto a ser considerado são as conseqüências das decisões no que se refere aos aspectos sociais, ecológicos e econômicos. Este processo de enfrentar dilemas e tomar decisões permeia o cotidiano de todas as pessoas.

Considerações Finais

O projeto de pesquisa “Design Inclusivo: compreendendo as necessidades de idosos” ainda está em andamento. Os estudantes estão desenvolvendo suas propostas projetuais. Nos próximos meses tais propostas serão avaliadas por uma banca composta de três professores do curso e posteriormente serão apresentadas aos funcionários e gestores da instituição atendida. Em seguida terá início a etapa de composição de orçamentos e definição dos apoiadores financeiros que irão possibilitar a implantação da proposta selecionada.

Até o momento é consenso entre estudantes e professores que este projeto possibilitou a vivência de situações específicas que jamais poderiam ter ocorrido no ambiente exclusivo de sala de aula. Habilidades de análise (onde se espera que o indivíduo seja capaz de desmembrar uma realidade complexa em partes até que as relações sejam claras), síntese (capacidade de combinar elementos para formar um novo todo) e avaliação (decisão baseada em critérios pré-estabelecidos, neste caso, necessidades dos usuários e legislação) são fundamentais no trabalho do Designer, mas são de difícil desenvolvimento em contextos usuais de sala de aula.

Por outro lado, não é possível verificar se a solução que será apresentada, a saber, as divisórias entre as camas, serão capazes de resolver o problema de design inclusivo investigado. No estágio atual de desenvolvimento da proposta também ainda não foi possível verificar se vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos idosos. Os estudantes estão desenvolvendo seus estudos preliminares e definindo propostas que serão apresentadas e selecionadas pelos departamentos administrativo e de enfermagem da instituição atendida.

Um projeto como este apresenta diversas dificuldades. É possível destacar o pouco tempo disponível para atividades voluntárias e a desconfiança das instituições na real solução dos problemas. Percebe-se que é extremamente relevante que o projeto seja desenvolvido até a etapa final sob pena de tornar-se meramente um exercício didático, ao invés de uma contribuição verdadeira à comunidade na qual a faculdade está inserida.

Existem poucas dúvidas sobre a crise mundial que enfrentamos atualmente. Esta crise tem relação com aspectos econômicos, sociais e ecológicos. Para contornar esta crise é necessário repensar estas três dimensões dentro de um modelo de desenvolvimento que favoreça as pessoas, respeite os limites ecológicos e garanta um dinamismo econômico, talvez em escala territorial ao invés de mundial.

Para encontrar este novo modelo de desenvolvimento é relevante que cada pessoa individualmente procure examinar qual a contribuição que cada um pode dar em função da sua atividade na sociedade. É necessário assumir um compromisso enquanto professores universitários, estudantes e profissionais de encontrar uma forma de colaborar com a superação do padrão de desenvolvimento excludente e degradante no qual todos estão inseridos agora. Mais especificamente, é fundamental discutir como o ensino do Design poderia ajudar a superar os erros do passado que conduziram à situação atual.

Nenhum projeto de Design está isolado. Tudo o que se faz aqui em Florianópolis, na Dinamarca ou no Zimbábue tem conseqüências sociais, ecológicas e econômicas que, em última instância, afetam a todos. Por isso, é importante discutir e avaliar estas conseqüências em fóruns comuns, através de publicações junto à comunidade científica e no cotidiano de sala de aula.

O Design apresenta alto potencial de contribuição com todas as camadas sociais porque possui um conjunto de conhecimentos técnicos e estéticos que podem melhorar a qualidade do ambiente construído e, consequentemente, a qualidade de vida daqueles que os utilizam. Para que isto se concretize é necessário ampliar as discussões teóricas e metodológicas integrando conhecimentos de diferentes áreas para que professores, estudantes e profissionais consigam superar as limitações estabelecidas pela conjuntura econômica e perceber seu papel diante das demandas complexas da sociedade contemporânea.

Referências

ABNT NBR. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma Brasileira 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 148p.

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FORPROEX – Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidade Públicas Brasileiras. Política Nacional de Extensão Universitária. Florianópolis: EdUFSC, 2015. 74p.

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Currículos dos autores

Pery Roberto Segala de Medeiros
Arquiteto. Doutor. Faculdade Cesusc. Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores. Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (1986), Especialização em Arquitetura Comercial pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1998), Mestrado em Engenharia Civil na área da Construção Civil pela Universidade Federal de Santa Maria (2003) e Doutor em Arquitetura e Urbanismo na área de Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído junto a Universidade Federal de Santa Catarina (2016). Atualmente é Coordenador e Docente do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores da Faculdade CESUSC, mantida pelo Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina. Professor universitário atuando na graduação e pós-graduação. Docente no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Avantis (BC). Atuação como Arquiteto e Urbanista: Trabalho Autônomo; Atua principalmente nos seguintes temas: Arquitetura corporativa, institucional, residencial e interiores; gestão de projetos; acústica em edificações.

Paola Beatriz May Rebollar
Historiadora. Doutora. Faculdade Cesusc. Professora do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores. É Professora desde 1998. Tem experiência nos Ensino Superior (Graduação e Pós-Graduação), Médio e Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos. Leciona disciplinas no âmbito da História, Gestão do Patrimônio Histórico Cultural e Responsabilidade Socioambiental. Atua como Consultora em Projetos de Licenciamento Ambiental desde 1997. Professora da Faculdade Cesusc.

Monna Michelle Faleiros da Cunha Borges
Arquiteta. Mestre. Faculdade Cesusc. Professora do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores. Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003), mestrado em Arquitetura e Urbanismo também pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008). Atualmente é professora da Faculdade CESUSC, mantida pelo Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina. Tem experiência nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Design, atuando principalmente nos seguintes temas: projeto de parques infantis e brinquedotecas, design de brinquedos para inclusão e reabilitação, acessibilidade espacial, design de interiores, maquetaria, composição visual, croquis e perspectivas para arquitetura e design.

Victor Barbosa do Carmo
Engenheiro Agrônomo. Mestre. Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça. Professora do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores. Possui graduação em Engenharia de Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2001), mestrado em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006) e está cursando o Doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina na área de perícia ambiental com o uso de VANT junto ao laboratório de fotogrametria, sensoriamento remoto e georreferenciamento. Possui experiência em programas de licenciamento ambiental e arqueológico em projetos do setor elétrico, infraestrutura rodoviária e loteamentos habitacionais. Atualmente é Professor Universitário da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça (Fatenp) onde atua na área de Desenho Técnico, Perspectiva, Ergonomia e Paisagismo.

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