Este artigo busca uma reflexão para compreender o potencial das padronagens no design de interiores como uma das formas de expressão da emoção, na contemporaneidade, a partir das interações perceptivas e cognitivas relacionadas às superfícies (dos objetos e revestimentos) de uso e/ou de desejo do usuário enquanto signo e identidade. Discute a importância do design de superfície e seus significados, vinculados ao processo da concepção conceitual do projeto de interiores. O design de interiores residencial será o enfoque do texto construído; visto que, no ano de 2020 a relação com a casa, com o lar foi ampliada no decorrer da pandemia.
Palavras chaves:
design de interiores, design de superfícies e padronagens.
Ao trazer as questões para reflexão é muito importante considerar o contexto histórico do momento. Não tem como iniciar o texto sem se referir à pandemia de covid-19 no decorrer do ano de 2020, que, ao promover o distanciamento social, impôs mudanças nos hábitos e comportamentos. Situações fundamentais do dia a dia sofreram alterações, como as relações afetivas, hábitos de higiene, trabalho, estudo, deslocamentos, compras etc. Ainda, mudanças nos sistemas de produção, sistema de comunicação e sistema econômico. Todas as áreas foram afetadas; uma mudança global e simultânea. Se vive um momento de transformação social total. Novos paradigmas.
A casa, o lar é o microcosmos que vai ser observado a partir daqui. No interior residencial, as atividades e relações foram intensificadas e na maioria das vezes sofreram adaptações, reconfigurações a partir de novas necessidades. As atividades precisaram ser replanejadas, acomodadas e incrementadas. Agendas são compartilhadas e muitas vezes o home office precisa atender o trabalho, a escola de vários membros da família e promover uma gama de soluções. Tecnologias, ferramentas virtuais, para acessar aulas, reuniões, congressos remotos potencializam a necessidade de equipamentos, recursos e inovações digitais para suportar a demanda. Uma parte da população consegue resolver essas questões com mais facilidade, enquanto outra fica à margem. O Design de Interiores tem contribuído ao propor e implementar soluções que otimizam e ressignificam os espaços.
O Design de Interiores, segundo Ian Higgins (2012, p.06) “se dedica à criação de interfaces entre as pessoas e as edificações que elas usam”.
O Design de Interiores vai além de uma instalação tridimensional que organiza os elementos (cor, forma, linha, textura, escala, luz e movimento) de acordo com os princípios do design de interiores, regendo as relações entre os elementos utilizados e organizando a composição do espaço como um todo, para atender as questões estéticas, funcionais e simbólicas do ambiente. É preciso traduzir a alma no espaço.
Juhani Pallasmaa se refere a casa como um invólucro do lar, que a essência do lar é mais próxima da vida propriamente dita do que o artefato da casa. Afirma ainda que:
[…] o lar não é um simples objeto, o edifício, mas uma condição complexa e difusa, que integra memórias e imagens, desejos e medos, o passado e o presente. Um lar também um conjunto de rituais, ritmos, pessoas e rotinas do dia a dia, não pode se constituir em um instante, pois possui uma dimensão temporal e uma continuidade, sendo um produto gradual da adaptação da família e do indivíduo ao mundo. (PALLASMAA,, 2017, p.18)
O gráfico a seguir procura ilustrar os aspectos a serem considerados na construção do conceito, da representação da atmosfera, da ambientação da casa onde o ponto de partida do design de interiores é o(s) sujeito(s), o(s) indivíduo(s) – o(s) usuário(s) a tarefa mais importante do designer é interpretá-lo(s). Considerar os aspectos subjetivos implicados nos desejos, nas necessidades, nas expectativas da experiência, nas histórias, nas memórias, nas características sensitivas, nas particularidades. Compor de forma harmônica os elementos que respondem às soluções das questões observadas.
Gráfico 1 – Representação das camadas implicadas na representação do conceito.
Fonte: a autora
Segundo Christele Harrouk, o design de interiores tem uma profunda relação com a psicologia humana. Como um dos mais importantes elementos da psicologia ambiental, os espaços interiores desempenham um papel fundamental na maneira como as pessoas se relacionam com o espaço; onde transcorrem as relações do dia a dia. Características dos ambientes são capazes de induzir emoções, sensações e desempenhos.
Os fatores mais elementares aos quais precisamos estar sempre conscientes ao projetar um ambiente ou espaço urbano incluem a segurança dos usuários, a sociabilidade, a facilidade de orientação e outros estímulos sensoriais; princípios menos objetivos abrangem condições de iluminação e ventilação, cores e texturas etc. Por exemplo, projetos que incorporam noções de equilíbrio, proporção, simetria e ritmo são capazes de provocar uma sensação de tranquilidade e harmonia. As cores, por sua vez, possuem uma lógica muito simples, quanto mais quente a cor, mais compacto o espaço se revela aos nossos olhos, quanto mais fria, maior a sensação de amplitude. Cores também são capazes de provocar sensações de conforto ou estimular a comunicação entre as pessoas. A luz é um universo em si e depende muito da tipologia de espaço que estamos falando. Uma luz suave sugere um espaço mais introspectivo, enquanto uma luz mais intensa caracteriza um espaço mais extrovertido. A iluminação natural abundante é um excelente estímulo à produtividade e o bem estar físico e mental das pessoas.(HARROUK, ,2020)
Nesse sentido, observa-se o potencial das padronagens como texturas, tanto visuais quanto táteis como estímulo sensorial; possuem um grande potencial para introduzir significados. Os signos expressos estão nas representações, nas imagens, nos motivos, na composição cromática, nos sistemas de repetições, em duas ou três dimensões. Para conceituar padronagens é importante considerar o conceito de textura como enfocam Ching e Binggeli:
Textura é a qualidade específica de uma superfície que resulta de sua estrutura tridimensional. […] Há dois tipos básicos de textura. A textura tátil é real e pode ser sentida através do tato; a textura visual é percebida pelos olhos. Todas as texturas táteis também dão textura visual. A textura visual, por outro lado, pode ser ilusória ou real. […] Nossos sentidos da visão e do tato estão intimamente inter-relacionados. Como nossos olhos leem a textura visual de uma superfície, frequentemente respondemos à sua qualidade tátil aparente sem de fato usarmos o tato. Baseamos essas reações físicas às qualidades têxteis das superfícies a partir de associações prévias com materiais similares. […]
Escala, distância de observação e luz são fatores importantes que modificam nossa percepção da textura e das superfícies que eles articulam. (CHING e BINGGELI, 2006, p. 105)
Já a padronagem, também nominada por padrões, é uma composição visual (imagem ou desenho) que possui como característica fundamental a clara recorrência ou repetição de formas e demais elementos gráficos projetada para a aplicação sobre superfícies de produtos de revestimentos. São provenientes de diferentes processos industriais: seja impressa, aplicada, recortada, projetada, estando sempre diretamente ligadas às características das superfícies dos materiais utilizados. As padronagens são consideradas texturas visuais ou táteis a partir de suas características físicas. Essa textura se dá através da dança das linhas e o arranjo das cores elaborando uma narrativa visual carregada de significado promovendo uma vivência.
A presença da padronagem como recurso decorativo tem acompanhado o homem em toda sua história, em diversas aplicações, como reforça Minuzzi, exercendo um fascínio tanto em sua elaboração quanto em sua utilização.
Como uma prática cultural expressa ao longo da evolução humana, o desenho de padrões para superfícies tem se manifestado de diversas maneiras, constituindo um campo investigativo abrangente, no qual a multiplicidade e a singularidade convivem em razão das peculiaridades e características de cada superfície enfocada. Percorrendo um caminho iniciado com as técnicas artesanais mais antigas e chegando à evolução tecnológica de materiais e processos na contemporaneidade, a estamparia permanece como um recurso diferenciador, presente nos mais diversos produtos, podendo ser aplicada em sapatos, revestimentos cerâmicos, bolsas, peças de vestuário, utilitários em geral, entre outros. (MINUZZI, , 2007, . p.01)
As padronagens no design de interiores, além de suas características decorativas podem ser vistas como ferramenta de comunicação. Podem ainda estabelecer um significado pessoal com a identidade da comunidade local, considerando aspectos culturais quando em sua expressão agregam simbologias aos signos carregando significados simbólicos. Hatton, no prefácio de seu livro sobre design, fornece razões pelas quais utilizamos as padronagens;
Existe atualmente um forte desejo entre as pessoas que gostam de objetos lisos, de objetos desprovidos de abstrações da forma, embora bonito em forma, delicado em proporção e bom em cor. Uma demanda como esta exclui decoração, ou ornamentos, como um acréscimo desnecessário, tanto por conta da beleza quanto por qualquer outra razão …. Mas simultaneamente com o surgimento de uma demanda por objetos simples de boa forma e cor aumentou uma consideração mais profunda pelo padrão. Os padrões são uma forma rítmica de arte, com um sentido próprio, é agora aceita. (HATTON, 1903. Prefácio. Tradução da autora)
Existem vários tipos de significado, que podem ser transmitidos pelo uso da padronagem no design de interiores. Alguns operam em um nível geral compreendido pelo público porque têm associações com suas vidas diárias, e outras são mais específicas para certas culturas e carregam significados que não são diretos ou óbvios. Patricia Rodemann (1999), ao mesmo tempo que enfatiza os padrões, afirma que a ferramenta de design mais importante é entender o uso e efeitos delas. Ela ainda argumenta que;
Não é segredo que os padrões e combinações de padrões em um design de interiores podem produzir uma ampla variedade de respostas físicas, emocionais e psicológicas em quem os vê, de alegria a um desejo de fazer as coisas à agitação ou letargia. (RODEMAN, 1999. Prefácio. Tradução da autora).
Rodemann, no entanto, aponta que muito poucos designers de interiores têm uma forte compreensão de como e porque essas respostas são produzidas e quais tipos de padrões têm maior probabilidade de evocar uma reação específica. Ainda menos se sabe sobre as preferências de padrão entre diferentes grupos demográficos. A maioria dos estudos disponíveis sobre esses assuntos são puramente acadêmicos, em grande parte teóricos ou desprovidos de qualquer referência à aplicação prática.
Os padrões, as padronagens, desempenham um papel vital de valorização e adorno de espaços interiores. Considerando que eles são percebidos, reconhecidos e apreciados pelos sentidos humanos de tato e visão, sua aplicação na maioria das partes do mundo é deliberada e claramente percebida como meio para promover decorrências sociais, culturais e significado religioso para os usuários e designers dos espaços; mesmo que de forma inconsciente do uso de padrões sem o conhecimento do significado dele e, ou sua origem.
Em seu livro, The sense of order – a study in the psychology of decorative art, Hernest Gombrich argumenta que há um sentido integrado de ordem em cada ser humano, contra o qual é testado constantemente pela experiência.
Penso que na luta pela existência os indivíduos desenvolveram um senso de ordem, não porque o ambiente seja geralmente ordeiro, mas sim porque a percepção exige um enquadramento legítimo contra o qual há uma parcela de quebra da regularidade. Para antecipar o exemplo mais simples dessa relação, é a quebra da ordem que desperta a atenção e os resultados nos acentos elementares, visual ou auditivo, que muitas vezes representam o interesse nas formas decorativas e musicais. (GOMBRICH, 1984, p. 12).
Para a percepção dos padrões, o senso de ordem é pré-requisito para a percepção da desordem e da quebra na regularidade. Ele argumenta que “… Se nos faltar àquela sensação de ordem, que permite classificar o meio de acordo com o grau de regularidade e seu reverso, não teríamos compreendido às experiências”.
Para Gombrich (1984), também, essa é a explicação do prazer que o ser humano pode sentir ao observar as padronagens presentes na decoração, em seus diversos graus de elaboração.
A obviedade dos padrões, utilizados em um papel de parede, por exemplo, pode garantir um grau de satisfação e prazer por exigir pouco de quem o contempla. Porém, projetos mais complexos (como a decoração presente nos ambientes do Palácio de Alhambra, Granada, permitem vários níveis de compreensão nos quais se confia estar diante de ordens dentro de ordens, em que se pode responder à sondagem de regularidade, sem fazer perder o sentimento de infinita e inesgotável variedade.
Observa-se a utilização das padronagens nos revestimentos para o design de interiores contemporâneos; envolve diretamente a atuação de duas áreas do design: o design de superfície e o design de interiores. E é importante considerar o que diz Barachini 2015:
As superfícies não são meras aparências, e sim, objetos que interagem com o sujeito/homem e o espaço/meio. É exatamente na interdisciplinaridade presente na atividade do design que se torna possível permutar o potencial para um design inquisitivo, atuante, que não é determinado, mas que se propõe a ser determinante. É possível pensar o design como uma ação plástica que pode ser absorvida de forma direta ou indireta pelo outro, o sujeito… Uma poética visual e um processo investigador ao realizar-se no desenvolvimento do design, criando possibilidades interativas, na subjetividade do outro, estabelecendo no lúdico a transformação do cotidiano. Esta é apenas uma das tantas questões a serem abordadas pelo designer de superfície. (BARACHINI, 2015)
No Design de Interiores as padronagens estão presentes nos papéis de paredes, pisos, móveis estofados, mobiliários, tetos e em objetos, e atuam como elemento de design na composição do ambiente. A seleção deste elemento envolve fatores objetivos: que visam atender a questões técnicas, funcionais, estruturais do revestimento ou objeto (como em elementos vazados, transparências – ventilação, luminosidade) e fatores subjetivos: que atendem a questões conceituais, envolvendo cor, forma, textura, ritmo e luz que somados a aspectos culturais, psicológicos e sociais geram um argumento estético propondo a identidade do ambiente.
As padronagens estão associadas às tendências sugeridas em seu tempo, pelo complexo mercadológico em que o design está envolvido: criação, tecnologia e consumo. A manufatura digital tornou-se integrada ao processo de design e propõe uma dinâmica de mão dupla entre conceituação, criação, manufatura e teste do produto em cada estágio. Essas ferramentas são aplicadas a processos inovadores que abrangem uma variedade de campos, da arquitetura e engenharia (para residências, escritórios, construção civil, edifícios), ao design de produtos e o design de interiores (móveis, tetos, escadas, dançadas, divisórias, estruturas decorativas etc.).
Considerando, que ao longo da história, os produtos desenvolvidos pelo homem possuem funções práticas, estéticas e simbólicas, e que a predominância de uma função não elimina as demais, todas fazem parte do objetivo a que se destina o objeto (LÖBACH, 2001). Estas funções podem ser atribuídas ao revestimento dos objetos e dos ambientes, podendo evidenciar ou até mesmo ocultar determinadas características existentes.
O Design de Superfície em sua prática desenvolve criativamente um conjunto de soluções para o tratamento de superfícies sob aspectos objetivos, técnicos e funcionais inseridos num processo produtivo e mercadológico. A partir dos elementos compositivos (como a cor, a forma, a textura e ritmo), aspectos subjetivos fundamentados numa proposta conceitual, utilizando a linguagem visual e tátil em que se leva em consideração aspectos culturais, psicológicos, sociais, propõe-se um argumento estético. Considerando que, segundo Ruthschilling:
Design de superfície é uma atividade criativa e técnica que se ocupa com a criação e desenvolvimento de qualidades estéticas, funcionais e estruturais, projetadas especificamente para constituição e/ou tratamento de superfícies, adequadas ao contexto sócio cultural e às diferentes necessidades e processos produtivos. (RUTHSCHILLING, 2008.p.23.)
São vários fatores envolvidos no projeto de design de superfície. O processo produtivo impõe, muitas vezes, algumas limitações ao processo criativo: os recursos tecnológicos, os softwares, as máquinas, os equipamentos, a característica dos materiais, os substratos, os processos de estamparia etc. Além disso, o processo criativo segue um briefing atendendo as necessidades do público consumidor e as tendências do mercado. Todos estes fatores devem estar presentes no momento da concepção das padronagens desenvolvidas.
A repetição do módulo é o fundamento da padronagem. O módulo é a unidade da padronagem, isto é, a menor área que inclui todos os elementos ou motivos que vão constituir o desenho. A organização dos elementos ou motivos (figuras ou elementos da composição do módulo) gera a composição da imagem dentro de uma estrutura preestabelecida, que garante os princípios de encaixe e continuidade. De maneira que, quando repetidos lado a lado e em cima e embaixo, os módulos formam um padrão contínuo. Para que isso ocorra, é feito o estudo do encaixe dos motivos, com o qual prevemos os pontos de encontros das formas entre um módulo e outro de maneira que, quando encaixados seguindo o sistema determinado, formam a composição criada pelo designer.
A noção de repetição, no contexto do Design de Superfície, é a colocação dos módulos nos dois sentidos, comprimento e largura, de modo contínuo, sem originar cortes ou interrupções visuais no padrão gerado. Assim, o resultado não está na construção do módulo, mas em uma composição bem sucedida na sua repetição. A maneira pela qual um módulo vai se repetir a intervalos constantes é chamado de sistema de repetição (repeat em inglês, rapport em francês). Esta definição é dada pelo designer e é parte integrante de sua criação, pois variando o sistema varia-se também o resultado da padronagem, inclusive a sua proposta conceitual e efeitos ópticos. Ou seja, mesmo preservando o módulo, encaixes diferentes podem gerar resultados completamente diferentes.
Para atender a demanda dos revestimentos a indústria pode utilizar as visualidades como um diferencial, agregando valores conceituais aos produtos. Nesse aspecto há uma dualidade, ao mesmo tempo em que não se dispõe de recursos naturais para atender a tendência, padrões imitando madeiras, e pedras são produzidos em alta escala. Ainda para a indústria, os padrões também podem fazer parte da estratégia de marketing, pois dialogam com os consumidores através de sua linguagem visual, construindo afinidade e estímulo ao desejo pelo produto.
O Conceito, em um processo criativo, atribui significados e estabelece as relações subjetivas que envolvem os objetos de pesquisa. A construção do conceito no projeto de Design Superfície é dada pelo designer, seguindo uma lógica criativa própria desenvolvida a partir do briefing, pela necessidade do cliente, do mercado, atendendo o perfil psicossocial do público destinado.
Os processos de produção dos diferentes produtos para revestimento passam por uma adequação tecnológica, tanto para atender os requisitos da sustentabilidade como para incorporar os novos materiais e a linguagem digital que está presente em praticamente todo o processo, desde a criação até a confecção do artigo. A soma de todos esses fatores contribui para a manifestação dessa estética visual contemporânea.
As padronagens contemporâneas fomentam a reflexão do estado da arte do design de superfície, como referências que apontam as tendências da área. Estimulam a percepção, a análise dos aspectos conceituais e das técnicas de composição utilizadas, contribuindo na formação de um repertório de linguagem ao mesmo tempo embasados em processos executáveis. Este estudo dá continuidade à pesquisa já desenvolvida como parte da minha dissertação de mestrado em 2011; dando continuidade a aspectos já considerados anteriormente.
Dentro de uma série de padrões observados em bibliografias, catálogos, revistas, redes sociais; foram selecionadas algumas lógicas criativas recorrentes. Nesse sentido pode-se observar, os aspectos conceituais, estruturais e ou de composição nas aplicações das padronagens citadas.
Novas tecnologias estão mudando de fato. E observa-se já, no mercado padronagens com elementos estruturais mais complexos através de projetos paramétricos; com movimentos; superfícies com interatividades (como Kinetic walls), formas mais orgânicas, figuras e motivos autorais; materiais diferenciados (ex. cortina de pastilhas de concreto); módulos com motivos iluminados, padrões incorporados na forma dos mobiliários em tecidos inteligentes. Várias destas referências podem ser visualizadas no catalogo Archiproducts (https://www.archiproducts.com/pt)
A estética visual contemporânea tem tendência à mistura, à hibridação, cultiva a dualidade, a indefinição, busca ampliar o leque das possibilidades subjetivas, procurando a participação do espectador como num jogo de interpretação. Quando propõe uma ambiguidade utiliza de ruídos visuais com a intenção de poluir ou gerar uma interferência, ironizando com sutileza dos estereótipos visuais. No geral percebe-se que as visualidades contemporâneas não se preocupam em gerar soluções inéditas ou em apresentar um estilo puro, porém há um repertório tecnológico gerando novas situações, combinações e oportunidades sendo inseridos constantemente na composição dessa linguagem. Pode-se arriscar em dizer que depois do momento modernista que fez questão de eliminar os recursos decorativos, é proposto um exercício de composição. As tecnologias estão conseguindo responder a referências biomiméticas através de recursos paramétricos e a complexidade estrutural dos padrões podem ser implementadas.
No entanto, a padronagem também está atrelada ao campo psíquico e comportamental. Aqui, retoma-se as necessidades de adaptação que tivemos com a pandemia de COVID-19. É importante considerar a facilidade de se alterar a construção de um conceito ou, ainda, a possibilidade de ressignificar um espaço, substituindo ou inserindo elementos decorativos com padronagens ou revestimentos e suas propostas e significados estéticos. Está diretamente ligado ao aspecto semântico do projeto, sem deixar de atender às questões funcionais e estéticas.
Com a condição de permanecer mais tempo dentro de casa, a reconfiguração do espaço pode contar com as padronagens para elaborar diferentes composições, diferentes ambiências. Sem dúvida, se apresenta como recurso viável para se ressignificar os interiores.
BARACHINI, Teresinha. Design de superfície. Uma experiência tridimensional. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 185.06, Vitruvius, out. 2015. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.185/5790.Portugu> Acesso em: 15 jan. 2021.
GOMBRICH, E.H. The Sense of Order: a study in the psycology of decorative art. London: Phandon Press, 2nd ed. 1984.
HARROUK, Christele. “Psicologia do espaço: as implicações da arquitetura no comportamento humano” [Psychology of Space: How Interiors Impact our Behavior?] 06 Abr 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius). Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/936143/psicologia-do-espaco-as-implicacoes-da-arquitetura-no-comportamento-humano> Acesso em: 15 Jan 2021
HATTON, Richard G. Perspective for art students, Chapman & Hall: London. 1903.
LÖBACH, Bernd. Design industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.
MINUZZI, Reinilda de Fátima Berguenmayer. Estampando diferenciais: pesquisa criativa no design de superfície. Congresso Internacional de Design. Rio de Janeiro, 2007.
RODEMANN, Patricia. Patterns in Interior Environments: Perception, Psychology, and Practice, Wiley .1999.
RÜTHSCHILLING, Evelise Anicet. Design de Superfície, Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2008.
Mestre em Design pela UFRGS, possui Bacharelado em Comunicação Social: Publicidade e Propaganda, pela PUCRS; formação profissional em Design de Interiores e Design de Superfícies Têxteis (Softfurnishing) na WAES – Londres. É docente nos cursos CST em Design de Design de Interiores, Gráfico e Moda, Bacharelado em Design e Comunicação Social na ULBRA – RS; pós graduanda no curso Design de Interiores, Ambientação e Produção do Espaço pelo IPOG. Conselheira Acadêmica da ABD – CAc
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