As típicas etapas do trabalho de um designer de interiores são aquelas relacionadas ao desenvolvimento de projetos de Design de Interiores. Neste trabalho, buscou-se, a partir de uma revisão de literatura, sistematizar tais etapas com o objetivo de compreender suas finalidades e especificidades, possibilitando o desenho do processo metodológico projetual do designer de interiores. Em síntese, esse processo pode ser desenhado em cinco etapas principais, que se iniciam após a negociação entre designer contratado e cliente contratante — são elas: a elaboração do programa de projeto, o desenvolvimento da solução projetual, a elaboração da documentação de construção, a gestão da implementação do projeto e a avaliação pós-ocupação. Acredita-se que a compreensão e a sistematização desse fluxo contribuam para as reflexões sobre a prática de desenvolvimento de projetos na área, além de contribuírem para o amadurecimento e a credibilidade do Design de Interiores enquanto campo profissional.
Palavras chaves:
Design de Interiores; etapas de projeto; metodologia projetual.
The typical steps of an interior designer’s work are those related to the development of Interior Design projects. In this work, from a literature review, we sought to systematize such steps to understand their purposes and specificities, in order to structure the design methodological process of the interior designer. In summary, this process can be designed in five main stages, which start after the negotiation between the designer and the client – they are: programming, design development, construction documentation, construction administration and post occupancy evaluation. It is believed that the understanding and systematization of this flow contribute to reflections on the practice of project development in the area, in addition to contributing to the credibility of Interior Design as a professional field.
Keywords: Interior Design; project stages; design methodology.
O exercício da profissão[1] de designer de interiores compreende a execução de etapas sistematizadas para o desenvolvimento de projetos (CIDQ, 2019). Sabe-se, evidentemente, que cada projeto de Design de Interiores é único e que cada contexto projetual possui as suas especificidades (IDC, 2018; LEHMAN-SMITH, 2002). O que aqui se generaliza são as típicas etapas de trabalho[2] inerentes ao desenvolvimento de qualquer projeto na área, seja residencial, empresarial ou institucional, seja conduzido de forma autônoma ou em equipe, compreendendo-as em sua totalidade e sequência ou não.
[1] Um designer de interiores pode exercer atividades diferentes das tradicionalmente relacionas ao desenvolvimento de projetos. É o que garante, no Brasil, a Lei nº 13.369/2016 ao estabelecer que cabe ao designer de interiores, claro que por meio de atividades desenvolvidas nessa área do conhecimento, “prestar consultoria técnica”, “desempenhar cargos e funções em entidades públicas e privadas” e “exercer o ensino e desenvolver pesquisas, experimentações e ensaios” (BRASIL, 2016, artigo 4º, incisos IX, X e XI).
[2] Neste ponto, cabe explicar que não há consenso nas fontes consultadas sobre a quantidade e as nomenclaturas adotadas para designar as etapas de desenvolvimento de projetos de Design de Interiores. Assim, o que se apresenta neste texto é uma possibilidade de sistematização de todo conteúdo estudado.
Não é demais salientar que, entre a captação do projeto e o início do seu desenvolvimento, há o processo de negociação entre cliente (contratante) e designer de interiores (contratado), em que questões como o escopo do projeto, a delineação dos serviços a serem prestados pelo designer, os seus honorários, a forma de pagamento, o plano de trabalho e os prazos são acordadas formalmente por meio de proposta (Quebe, 2002). Ressalta-se, ademais, que, a depender das circunstâncias fáticas envolvidas (especialmente o vulto do empreendimento e as incertezas em relação à pessoa da outra parte), pode se afigurar de relevo a formalização desse acordo por meio de um instrumento contratual, o que se aconselha seja feito com o auxílio de um advogado, de modo que esse documento escrito esteja em sintonia com a legislação vigente, notadamente para que uma das partes não prepondere indevidamente sobre a outra.
Ainda nessa etapa preliminar, aconselha-se que o designer de interiores explique as etapas do seu trabalho ao cliente (GIBBS, 2013). O cliente não habituado a trabalhar com um designer de interiores precisa ser instruído sobre os riscos associados ao processo de design, já que ele não é linear e nem totalmente previsível (QUEBE, 2002).
Estando a etapa preliminar concluída, o fluxo de desenvolvimento do projeto – o que é comumente denominado metodologia projetual – permeia cinco etapas principais: a elaboração do programa de projeto, o desenvolvimento da solução projetual, a elaboração da documentação de construção, a gestão da implementação do projeto e a avaliação pós-ocupação. Edwards (2010) explica que essas etapas e os seus respectivos processos, apesar de serem apresentados de modo linear e cíclico, são, na prática, cambiantes conforme demanda apresentada em cada situação de projeto.
Ao mesmo tempo que é possível desenhar as etapas projetuais de maneira bem definida, com seus objetivos e particularidades bem determinados, há ações demandadas do designer de interiores durante todo o processo de desenvolvimento de projetos. Pesquisar, pensar criticamente, pensar criativamente e integrar conteúdo do corpo de conhecimento do Design de Interiores são ações essenciais a todas as etapas projetuais (CIDQ, 2019; STIEG, 2006), objetivando, sempre, e para além dos objetivos específicos de cada cenário projetual, solucionar os problemas estéticos e funcionais do espaço, contribuir para a saúde, a segurança e o bem-estar das pessoas e assegurar que a sustentabilidade ambiental seja tratada com seriedade (BARBOSA; REZENDE; 2020).
Os próximos tópicos, elaborados a partir de revisão de literatura, são dedicados a tratar das finalidades e das especificidades de cada uma das cinco etapas do processo metodológico de desenvolvimento de projetos de Design de Interiores.
A primeira etapa de projeto destina-se à análise do cenário projetual. De início, espera-se que o designer de interiores identifique objetivos e problemas atinentes à função e à qualidade dos ambientes que possam ser, respectivamente, alcançados e solucionados por meio do projeto de Design de Interiores (IFI, 2019).
Na sequência, é imprescindível que o designer de interiores compreenda as necessidades, os desejos, as expectativas e as preferências do cliente em relação ao espaço a ser projetado (EDWARDS, 2010). Para tanto, duas categorias de informações devem ser coletadas nesse processo: as quantitativas (mensuráveis), como a informação sobre o número de trabalhadores de uma empresa que se traduz em número de estações de trabalho, e as qualitativas (intangíveis), como a experiência que se deseja proporcionar por meio do ambiente (BYUN; CLIFTON; GROUT, 2002; IDEC, 2018).
Além disso, é essencial obter informações sobre o cronograma para o desenvolvimento e implementação do projeto e as possibilidades financeiras do cliente (TURNER, 2002). Em relação aos prazos, Diaz-Azcuy (2002) acredita que, mesmo que diversos tramites relativos à implementação do projeto estejam fora do controle do designer de interiores, esse profissional tem a responsabilidade de criar soluções que possam ser realizadas no tempo disponibilizado pelo seu cliente. Sobre as possibilidades financeiras, Gibbs (2013) explica que, embora não seja um tema de fácil abordagem, o parâmetro orçamento influencia sobremaneira nas decisões de Design de Interiores, exigindo do designer criatividade para balancear custo e benefício. Afinal, é esperado que esse profissional apresente uma solução projetual realista e adequada ao montante que o cliente pode ou está disposto a pagar.
Cabe enfatizar que o cliente, muitas vezes, não possui uma visão clara do que ele necessita, deseja, espera, prefere e dispõe em termos de prazo e recursos financeiros em relação ao projeto de Design de Interiores, sendo imprescindível que o designer de interiores conduza, junto a ele, a elaboração do programa de projeto (GIBBS, 2013; Turner, 2002). “O processo de desenvolvimento do programa solidifica a relação entre cliente e designer, garantindo que tenham uma visão compartilhada das metas e dos objetivos do projeto” (STAFFELBACH; HEINZ, 2002, p. 551, tradução nossa).
Para além da compreensão do ponto de vista do cliente sobre o projeto — ou seja, suas necessidades, seus desejos, suas expectativas, suas preferências, seus prazos e seu orçamento —, é também importante compreender as necessidades, os desejos, as expectativas e as preferências de cada um dos grupos de pessoas que irão usufruir do ambiente e que o enxergam e o vivenciam sob diferentes perspectivas (ANDERSON-BRULÉ, 2002).
O designer de interiores que projeta uma loja de roupas feminina, por exemplo, ao compreender o que o público-alvo espera encontrar e vivenciar naquele espaço, tem maiores chances de agradar a esses indivíduos e proporcionar-lhes uma boa experiência de compra, promovendo a conexão emocional deles com a marca e aumentando a sua probabilidade de consumo. Ao mesmo tempo, ao compreender as expectativas e as necessidades dos funcionários dessa loja, o designer projeta também para eles, planejando um espaço de trabalho em sintonia com as especificidades postas. Espera-se que, com infraestrutura adequada às atividades laborais, existam menos queixas e maiores estímulos positivos para os trabalhadores.
Nesse sentido, torna-se relevante a compreensão pormenorizada da rotina e das principais atividades a serem executadas pelas pessoas em determinado ambiente. É especialmente com base no conhecimento dessas informações que o designer de interiores desenha a funcionalidade do espaço, ou seja, a distribuição na forma de layout dos elementos que o constituem, organizados conforme setorização, circulação, acessos e requisitos de privacidade.
Ainda na etapa de elaboração do programa de projeto, destaca-se a importância da análise do contexto sociocultural em que o ambiente está inserido. O designer de interiores precisa ter consciência das características e dos estímulos que influenciam a compreensão dos interiores por parte dos indivíduos. Não é difícil perceber que os bairros em uma mesma cidade, as cidades em um mesmo estado e os estados em um mesmo país possuem hábitos e costumes que lhes são peculiares; hábitos e costumes que transparecem nos ambientes que os seus habitantes frequentam. Portanto, cabe ao designer pesquisar “[…] qual é a simbologia cultural que incorpora valores comuns e sistemas simbólicos a ser utilizada” (EDWARDS, 2010, p. 93, tradução nossa).
É também imprescindível ao designer de interiores, assim como o é aos diversos profissionais que possuem o ambiente construído como seu objeto de trabalho, analisar as condições atuais desse ambiente que influenciam o conforto ambiental, categorizado em conforto lumínico, acústico, olfativo, tátil e térmico. Essa análise permitirá ao designer de interiores pensar em estratégias que estejam ao seu alcance e possam melhorar a percepção de conforto no ambiente (BARBOSA; SALES, 2013; DARA, 2019).
Igualmente importante é a responsabilidade do designer de interiores de informar e orientar o seu cliente quanto às exigências normativas, como códigos municipais e quaisquer outros estatutos, regulamentos, leis e normas técnicas aplicáveis ao espaço (CIDQ, 2019). É fundamental, também, que o designer de interiores os estude. Sem essa leitura atenta, o designer de interiores estará fadado a cometer erros; erros que podem significar prejuízo financeiro para os investidores; equívocos que podem colocar em risco a saúde, a segurança e o bem-estar das pessoas. Nesse sentido, Pizzetta (2002) sugere que, dependendo do projeto que se esteja desenvolvendo, é interessante contratar um especialista para revisar a documentação projetual atinente à aplicação das exigências normativas.
Por fim, não há como o designer de interiores desenvolver uma solução projetual sem obter a planta baixa ou congênere do ambiente a ser projetado, seja por meio de um desenho já elaborado por outrem (e que, então, aconselha-se, dentro do possível, a conferência desse desenho in loco), seja pelo processo de levantamento métrico, sendo fortemente recomendável a obtenção de fotografias e/ou vídeos do local. Para Gibbs (2013), é primordial que uma análise rigorosa desse espaço seja realizada, constituída, especialmente, pelo levantamento dos móveis, equipamentos e acabamentos existentes, das instalações elétricas e hidrossanitária, do encanamento de gás, dos elementos construtivos, da orientação solar e de possíveis problemas relacionados.
Como pode-se perceber, a elaboração do programa de projeto é um processo, antes de tudo, investigativo. Sugere-se, portanto, que as informações necessárias à sua elaboração sejam obtidas por meio de técnicas de pesquisa, tais como: 1) observações in loco, que possibilitam ao designer, por exemplo, analisar o fluxo de trabalho, a cultura da organização, o tipo e o ritmo das atividades e o comportamento dos indivíduos; 2) entrevistas, sejam individuais ou em grupo, com maior espectro possível de participantes, escolhidos por terem representatividade no perfil a que pertencem; 3) grupos focais, para, dentre outros, analisar a reação das pessoas à determinada solução projetual; 4) visitas guiadas em ambientes que tenham abordagem semelhante a do projeto que se está desenvolvendo, para que designer, cliente e demais envolvidos possam estabelecer discussões focadas; 5) questionários e levantamentos estatísticos; e 6) workshops (ANDERSON-BRULÉ, 2002; STAFFELBACH; HEINZ, 2002). Ademais, é importante que o designer de interiores sistematize as informações coletadas, as analise e as registre de forma objetiva, incluindo suas percepções, interpretações e conclusões (CIDQ, 2019; NUSSBAUMER, 2019).
Estando o programa de projeto elaborado e, se necessário, aprovado pelo cliente, espera-se que tal documento, comumente denominado briefing, seja utilizado como um elemento norteador para o desenvolvimento de soluções. Para Staffelbach e Heinz (2002, p. 551, tradução nossa), “as soluções de design devem ser avaliadas pela sua capacidade de alcançar os requisitos do programa de projeto”. Assim, é fortemente recomendado que o designer invista tempo para elaborá-lo (LEHMAN-SMITH, 2002).
Na segunda etapa projetual, esforços técnicos e criativos são direcionados para a ideação de soluções funcionais e estéticas que atendam ao programa de projeto e contribuam para a saúde, a segurança e o bem-estar das pessoas e para a sustentabilidade ambiental. Para tanto, o desenvolvimento dessas soluções é baseado no corpo de conhecimento do Design de Interiores, sistematizado por Guerin e Martin (2010) em seis categorias: comunicação; teoria e processo do design; necessidades ambientais humanas; construção, códigos e legislações; produtos e materiais: avaliação, instalação, especificação e inspeção; e prática profissional: princípios, métodos e ferramentas.
Além de se basear nos conteúdos do corpo de conhecimento do campo, o designer de interiores, nessa etapa que demanda inspiração e criatividade, deve também pautar-se por sua intuição quando analisa as informações do programa de projeto relacionadas à percepção sensorial, tais como o contexto sociocultural em questão e a imagem que se deseja transmitir por meio do ambiente, de modo a trabalhar a simbologia e os efeitos psicológicos (emoção) de projeto (DIAZ-AZCUY, 2002). Com esse intuito, recomenda-se que o designer trace diretrizes projetuais com base em uma estratégia sensorial de substância: um conceito de design. Gibbs (2013) explica que o conceito se refere à essência do projeto e configura-se intenção da experiência sensorial (atmosfera) a ser vivenciada no espaço. Para Edwards (2010, p. 94, tradução nossa), “conceitos são sugestões mentais abstratas ou pensamentos baseados em considerações sobre necessidades/desejos que definem o que se quer alcançar”. Em complemento, Nussbaumer (2019) entende que “[…] o conceito de design descreve ideias funcionais e estéticas que orientam os designers nas fases subsequentes e resultam em uma solução bem-sucedida” (NUSSBAUMER, 2019, p. 6, tradução nossa).
Byun, Clifton e Grout (2002) sugerem a elaboração de um conceito organizacional e um conceito visual na tentativa de traduzir em solução projetual as necessidades, os desejos, as expectativas e as preferências dos usuários identificadas no programa de projeto. O conceito organizacional seria estruturado a partir das informações quantitativas (mensuráveis) do programa, de modo que as demandas organizacionais do cliente sejam confrontadas com as características arquitetônicas do espaço, estabelecendo parâmetros dentro dos quais as possíveis soluções de projeto irão se desenvolver. Por outro lado, as informações qualitativas (intangíveis) do programa influenciam a elaboração do conceito visual, e são traduzidas em recursos visuais e cinestésicos de escala, proporção, cor, textura, movimento, luz, acabamentos e mobiliário.
Nessa fase inicial do desenvolvimento do projeto, sugere-se que o designer produza esquemas que ilustrem a sua proposta de conceito. Em outras palavras, esses esquemas de design têm a função de ilustrar a atmosfera pretendida para o ambiente, expressando a inspiração, a criatividade, os insights, o talento, a intuição, a interpretação e a experiência do designer na busca pela garantia de que as diretrizes estéticas e funcionais identificadas no programa sejam traduzidas no espaço final. Com efeito, “o aspecto mais importante e mais satisfatório do projeto para qualquer cliente é a criação de um edifício ou um espaço que realmente os represente” (DIAZ-AZCUY, 2002, p. 563, tradução nossa).
Para Byun, Clifton e Grout (2002), esses esquemas devem ser apresentados ao cliente na tentativa de evitar que a solução se desenvolva em uma direção equivocada. Afinal, “o melhor caminho para projetar o mais apropriado espaço para um cliente é engajá-lo na fase de desenvolvimento da solução” (WALZ, 2002, p. 627, tradução nossa). Ao mesmo tempo, além de “trazer o cliente para o projeto”, esses esquemas contribuem para expandir os horizontes do designer e para lhe promover maior segurança, já que ajuda a visualizar as suas ideias.
Após aprovação do conceito e dos esquemas iniciais, segue-se para a fase de tradução desse conceito e desses esquemas em uma solução projetual definitiva (Dinsmore, 2002). Nesse contexto, é preciso entender que o Design de Interiores não é um campo rígido e exato. Várias são as formas de desenvolver um mesmo projeto de Design, resolver seus problemas e alcançar o objetivo. É preciso entender que esse espírito criativo de explorar possibilidades é o que move o projetar em Design de Interiores. Desse modo, é recomendado que, no estágio inicial do processo de criação, os designers produzam o maior número de ideias possível, longe de qualquer crítica. A intenção é divergir, é evitar o bloqueio criativo proporcionado pelas “regras”, é explorar com fluidez o conceito pretendido, é visualizar as diversas possibilidades de solução para, então, convergir; ou seja: definir qual solução melhor responde aos objetivos e problemas postos e atende ao prazo e à disponibilidade financeira fixados (EDWARDS, 2010; Nussbaumer, 2019).
O estudo das possibilidades de solução projetual é desenvolvido por meio de desenhos de duas ou três dimensões (plantas, cortes, elevações, detalhes, ampliações e perspectivas), feitos geralmente sob a forma de croquis (CIDQ, 2019; Nussbaumer, 2019). Para Gibbs (2013), os croquis são insubstituíveis e possibilitam ao designer visualizar se o conceito eleito está adequado ao contexto de projeto e se é interessante continuar a trabalhar nele. Entretanto, com a evolução e a popularização de softwares que possibilitam o desenho assistido por computador, muitos designers optam por utilizá-los para desenvolver as suas soluções projetuais. Seja como for, Cohen (2002) alerta para o fato de que estar atendo aos detalhes é uma estratégia projetual para minimizar erros estéticos e funcionais.
Em geral, a solução de um projeto de Design de Interiores consiste, basicamente: 1) na elaboração do layout e da distribuição espacial (volumétrica) dos elementos que constituem o ambiente, sobretudo móveis, equipamentos, acessórios, ornamentos, objetos de arte e vegetação; 2) na definição da composição de cores, linhas, formas, volumes, texturas e materiais que integram o ambiente; 3) na especificação dos móveis, dos equipamentos, dos acessórios, dos ornamentos, das obras de arte e da vegetação que compõem o ambiente; 4) na determinação de materiais e acabamentos para as diversas superfícies, como paredes, pisos, divisórias e forros; e 5) na elaboração de estratégicas de conforto ambiental, como a configuração da iluminação e dos sistemas de condicionamento de ar (DArA, 2019).
Essa solução de Design de Interiores deve apresentar integração entre seus itens e dialogar com o conceito de design proposto, satisfazendo os requisitos estéticos e funcionais pretendidos, bem como os de saúde, segurança, bem-estar, sustentabilidade ambiental e os normativos (CIDQ, 2019). Para Dinsmore (2002), pesquisas e consultorias a profissionais especializados, tais como engenheiro eletricista e marceneiro, contribuem com informações relevantes para a determinação da solução projetual.
Finalizada a solução, é essencial comunicá-la ao cliente (ou ao responsável pela aprovação do projeto) e obter a sua aprovação antes de prosseguir para a próxima etapa. A apresentação da solução projetual é geralmente realizada em reunião entre as partes envolvidas, utilizando-se de recursos de comunicação que contribuem para a sua visualização, tais como defesa oral, desenhos técnicos (ex. plantas, cortes e elevações), desenhos de apresentação (ex. perspectivas manuais, imagens foto realísticas, vídeos e croquis), esquemas auxiliares (ex. pranchas conceituais, painéis imagéticos e amostras físicas de materiais) e até mesmo maquetes ou mockups (DINSMORE, 2002).
Constituindo a terceira etapa de desenvolvimento de projetos de Design de Interiores, o detalhamento da solução projetual permite que os itens de projeto sejam orçados e executados. A elaboração da documentação de construção é uma evolução do que foi produzido nos esquemas de design e no desenvolvimento da solução projetual, formada por desenhos técnicos e por um caderno de especificações (ou manual do projeto) (PIZZETTA, 2002; SWITZER; SUTTER, 2002).
Os desenhos técnicos, elaborados na forma de plantas, cortes, elevações, detalhes, ampliações e perspectivas, destinam-se a apresentar a configuração do(s) espaço(s), suas dimensões e especificações, contendo detalhes e informações suficientes para possibilitar a execução do projeto (PIZZETTA, 2002; SWITZER; SUTTER, 2002). A planta de layout, por exemplo, é uma tipologia de desenho essencial à documentação de construção. Construída a partir da planta de edificação, apresenta o arranjo físico pensado para o(s) ambiente(s), as especificações gerais dos itens que o constituem e as cotas que comunicam a localização e as dimensões desses itens. Somados a ela, há outros tantos desenhos que podem fazer parte da documentação de construção (ex. planta de piso, planta de forro, planta luminotécnica e detalhamento de marcenaria), e, para a elaboração de todos eles, no Brasil, utiliza-se, sobretudo, as diretrizes para representação em desenho técnico expressas na ABNT NBR 10067 (ABNT, 1995) e as normas de representação de projetos de Arquitetura preconizadas na NBR 6492 (ABNT, 1994).
Neste ponto, cabe destacar que a maioria dos problemas atinentes à execução do projeto é consequência de desenhos mal elaborados, seja por ausência de detalhes, seja por excesso de detalhes, seja porque simplesmente estão incorretos (Carter, 2002). Para Switzer e Sutter (2009, p. 640, tradução nossa), “[…] a questão-chave é reduzir ao máximo as possibilidades de interpretação”. Nesse sentido, é fundamental que o designer de interiores busque desenvolvê-los com esmero e precisão, já que erros ou omissões são de sua responsabilidade e podem se converter em prejuízos financeiros (Gibbs, 2013).
Os recursos computacionais desenvolvidos nos últimos anos, além de imprimirem maior velocidade ao processo de detalhamento de projetos de Design de Interiores, possibilitam que o designer o desenvolva com alto nível de precisão (PILE; GURA, 2014). Somado a isso, os softwares de desenho auxiliado por computador oferecem ferramentas que permitem ao designer desenvolver com facilidade tarefas que, quando manuais, eram tediosas e repetitivas, tais como a edição de desenhos (Carter, 2002).
No que se refere ao caderno ou manual, as especificações são apresentadas de maneira mais detalhada, indicando dimensões, materiais, acabamentos, cores, quantitativos, fabricante, código do modelo, ilustração, observações de instalação, manutenção e outros atributos que possam auxiliar na identificação e escolha de cada produto. Para um seguro e eficiente processo de especificação, é importante que o designer de interiores se mantenha atualizado sobre as informações técnicas dos materiais, especialmente os que são novidade no mercado. Além disso, é igualmente importante o esforço empregado para especificar produtos a partir de diretrizes sustentáveis (PIZZETTA, 2002).
Não é demais lembrar que, no Brasil, o designer de interiores não possui qualificação para assumir responsabilidade técnica sobre as modificações dos elementos estruturais do ambiente (BRASIL, 2016). Logo, a parte da construção relativa às questões estruturais — e às questões hidrossanitárias, de eletricidade e de segurança contra incêndio e pânico — não cabem ao designer de interiores. Cabe a esse profissional, no processo de elaboração da documentação de construção, verificar a compatibilização desses projetos com o projeto de Design de Interiores, quando for o caso.
Destaca-se ainda que o fato de não possuir competência sobre qualquer modificação estrutural, hidrossanitária e elétrica do espaço não significa que o designer de interiores não possa idear sobre tais modificações (DArA, 2019). É o que, ao menos, garante a Lei 13.369/2016, em seu artigo 4.º, inciso VIII:
Compete ao designer de interiores e ambientes: […] VIII — propor interferências em espaços existentes ou pré-configurados, internos e externos contíguos aos interiores, desde que na especificidade do projeto de interiores, mediante aprovação e execução por profissional habilitado na forma da lei (BRASIL, 2016, artigo 4º, inciso VIII).
Isso porque, como explica o Design Institute of Australia (DIA, 2019), os designers de interiores são formados para considerar a modificação da estrutura interna do edifício, em vez de apenas projetar uma reorganização de um espaço já existente. O campo criativo do designer de interiores é sistêmico, ou seja, abrange o ambiente na totalidade. A melhor solução visualizada para esse impasse está na cooperação entre profissões: entre aquela que cria a solução e aquela que pode viabilizá-la. A parceria entre profissionais de diferentes áreas é estimulada no campo do Design de Interiores. Afinal, como defendido em diferentes fontes consultadas (para citar algumas: BIID, 2019; CIDQ, 2019; DArA, 2019; DIA, 2019; EDWARDS, 2010; GIBBS, 2013; IDC, 2018; IFI, 2019), a coordenação e a colaboração com outros profissionais envolvidos com o projeto, tais como consultores, arquitetos e engenheiros, podem ser tarefas do designer de interiores.
A gestão da implementação do projeto idealizado na segunda etapa e detalhado na terceira se dá na quarta etapa de desenvolvimento de projetos de Design de Interiores. Esse estágio do processo projetual contempla serviços, tais como a elaboração de planilhas orçamentárias, a seleção e a contratação de fornecedores e prestadores de serviços, a elaboração de cronograma de obra e de plano de compras, a orientação aos profissionais envolvidos na construção e a solução de problemas relacionados que possam surgir. Switzer e Sutter (2002) acreditam que essa é a etapa mais crítica do trabalho do designer de interiores e que dela depende o sucesso do projeto. Para os autores, se o cliente conceber essa etapa como falha, não importa o quanto as etapas anteriores tenham sido bem executadas: será dessa falha que o cliente sempre irá se lembrar.
A razão disso está na alta possibilidade de imprevistos durante a execução do projeto, seja por situações de atraso dos profissionais contratados, de surpresas com a edificação, de descontrole do orçamento, ou até mesmo por equívocos do próprio designer. Assim, em respeito ao cliente, é aconselhável que o designer de interiores retrate o real cenário do processo de implementação do projeto (WALZ, 2002).
É esperado que a alta probabilidade de imprevistos e conflitos possa ser minimizada com uma boa documentação de construção e com uma boa gestão da obra. Edwards (2010) orienta que as partes envolvidas no processo de implementação do projeto — designer, cliente, fornecedores e prestadores de serviços — tenham informações alinhadas sobre o escopo do trabalho, os resultados esperados, o cronograma de execução e o orçamento em questão. Isso poderia ser viabilizado por meio de reuniões frequentes entre designer e os demais envolvidos. Nesse sentido, Gibbs (2013) acredita que visitas constantes à obra oportunizem ao designer e ao cliente verificar se o planejamento da execução está sendo seguido como o esperado e se a qualidade dos trabalhos corresponde ao desejado.
Ainda na tentativa de minimizar problemas de implementação do projeto, Walz (2002) chama a atenção para a necessidade de revisar o detalhamento elaborado pelos prestadores de serviço, visando ao esclarecimento de possíveis dúvidas sobre a compreensão da solução projetual, tanto dos seus aspectos técnicos quanto dos relacionados ao efeito visual pretendido. Além disso, esse diálogo entre designer e prestador de serviço possibilita que o conhecimento e a experiência deste último sejam incorporados ao processo de design, em busca do menor custo e do mais eficiente método de fabricação, instalação e/ou construção.
A elaboração de material para orçamento, a contratação de pessoal e o nível de detalhes acordados entre o contratante dos serviços e o profissional contratado são pontos igualmente cruciais para a implementação do projeto. Para Switzer e Sutter (2002), o designer de interiores deveria articular com o seu cliente o estabelecimento de critérios para avaliar as qualificações dos profissionais contratados e os pormenores dos contratos de prestação de serviços. Nesse sentido, o Council for Interior Design Qualification (CIDQ, 2019) explica que o designer de interiores pode e deve assumir a administração de orçamentos, documentos contratuais e negociações do seu cliente. Tal postura é legalmente assegurada ao designer de interiores no Brasil, cabendo ao profissional
[…] assessorar nas compras e na contratação de pessoal, podendo responsabilizar-se diretamente por tais funções, inclusive no gerenciamento das obras afetas ao projeto de interiores e na fiscalização de cronogramas e fluxos de caixa, mediante prévio ajuste com o usuário dos serviços, assegurado a este o pleno direito à prestação de contas e a intervir para garantir a sua vontade (BRASIL, 2016, artigo 4º, inciso VII).
Entretanto, Pizzetta (2002) sugere que o designer de interiores não participe da relação de compra e venda entre cliente e prestador de serviços e/ou fornecedor, de modo que contratos e pagamentos sejam acordados diretamente entre essas duas partes. Para a autora, a relação do designer de interiores com esses profissionais deve ater-se à orientação para execução do projeto e ao fechamento do cronograma de obra.
Finalizada a implementação do projeto, é desejável que o designer de interiores faça uma última visita para verificar se tudo está conforme o planejado, antes de entregar o produto — na forma de ambiente — ao cliente. Se for o caso, sugere-se que o designer de interiores elabore um relatório de deficiências para ser enviado aos responsáveis pela execução do trabalho, na tentativa de articular a solução para as questões pendentes. “A atenção cuidadosa aos detalhes sempre será o fator-chave na implementação e na conclusão bem-sucedida de qualquer projeto” (Switzer; Sutter, 2002, p. 667, tradução nossa).
Na quinta e última etapa do processo de desenvolvimento de projetos, cabe ao designer de interiores avaliar o ambiente após a sua ocupação. Edwards (2010) e Martin e Guerin (2006) esclarecem que o feedback obtido por meio da avaliação pós-ocupação (APO) contribui para que o designer possa validar o projeto em questão ou refiná-lo, diagnosticando possíveis problemas consequentes da sua implementação e analisando as alterações introduzidas no espaço pelo cliente e/ou demais usuários.
Para Bastos (2020, online), além do propósito de subsidiar futuras intervenções no espaço avaliado, a APO, em um processo de recuperação consciente dos ambientes, tem o objetivo de “[…] alimentar as ações projetuais para ambientes e/ou edificações com tipologias semelhantes, a partir da compreensão de aspectos objetivos do ambiente construído e aspectos subjetivos relativos à percepção, satisfação e expectativas dos usuários”.
Em outros termos, a APO, como metodologia de estudo das relações pessoa-ambiente, torna-se uma relevante estratégia projetual enquanto possibilita ao designer de interiores investigar tanto os aspectos físicos e funcionais do espaço (ex. dimensionamento, circulações, layout, fluxos, acessibilidade, segurança) quanto os relacionados à percepção e ao comportamento dos usuários (ex. necessidades, anseios, nível de satisfação, adequação ao uso, privacidade, interação). A ideia é que as lições aprendidas com a APO sejam aplicadas em futuros projetos — mecanismo de realimentação do ciclo projetual —, evitando a repetição de erros e colaborando para resultados mais adequados às solicitações humano-ambientais (BASTOS, 2020).
Indo mais além, Gochenour (2011) explica que esse tipo de avaliação pode ser utilizada como meio de coleta de informações na etapa de elaboração do programa de projeto. Para tanto, a autora sugere que a avaliação pós-ocupação de um ambiente de mesma tipologia que a do projeto em questão seja realizada por um pequeno grupo de colaboradores (pessoas que possuem diferentes relações com o espaço a ser projetado e interesse em contribuir com o projeto), de modo a gerar inputs para a solução pretendida.
As reflexões sobre as interações entre pessoas e ambientes por intermédio da APO possibilitam ao designer de interiores compreender, com maior grau de profundidade, os usuários dos espaços a serem projetados, especialmente no que se refere à identificação de comportamentos padrões e à captação de valores e significados socioculturais relevantes para o projeto (BASTOS, 2020).
Em síntese, Nussbaumer (2019) explica que a APO pode ser compreendida como uma ferramenta de diagnóstico utilizada pelo designer de interiores para avaliar um projeto executado (aproximadamente três meses após a execução), identificar problemas, testar protótipos, desenvolver diretrizes para próximos projetos, analisar o uso dos espaços e revisar conceitos de design, melhorando projetos existentes e projetos futuros.
No desenrolar das cinco etapas que constituem o trabalho do designer de interiores, Dinsmore (2002) enfatiza a importância de se ter, em diferentes fases do processo, a apreciação e a aprovação das soluções e documentações por todos os envolvidos no projeto. Segundo a autora, a mudança de rumo no projeto é prejudicial ao seu desenvolvimento. Nesse sentido, designers deveriam evitar a postura de que “nunca é tarde para uma boa ideia”, e apenas considerá-la se o cronograma do projeto e os seus honorários forem renegociados.
Em contraponto, Walz (2002) sugere que deixar algumas decisões em aberto entre a etapa de desenvolvimento da solução projetual e a de elaboração da documentação de construção e entre essa última e a de gestão da implementação do projeto, pode potencializar o resultado. A ideia é que as etapas de elaboração da documentação da construção e de sua gestão possam também ser fases de criação, já que as informações ali levantadas podem gerar novas ideias que contribuam para refinar soluções.
Essa postura flexível não faz aumentar o custo do trabalho. Essa postura flexível não faz com que os prazos se expandam. Baseia-se na ideia de que talvez a melhor ideia ainda esteja por vir, com um “melhor” propósito: melhor custo-benefício; estruturalmente mais sólida; utilizando materiais que custarão menos e talvez estejam disponíveis antes dos que foram selecionados pela primeira vez; elementos montados da maneira que o fabricante selecionado faz melhor, e não da maneira especificada nos desenhos de projeto (WALZ, 2002, p. 626, tradução nossa).
Escolher entre uma postura e outra é uma das diversas decisões profissionais que cabe a cada designer de interiores no decorrer desse processo. A experiência adquirida com o desenvolvimento de projetos oportuniza ao designer conduzir, a sua maneira, as cinco etapas aqui sistematizadas.
Por fim, acredita-se que a compreensão e a sistematização da metodologia projetual contribuem para as reflexões sobre a prática de desenvolvimento de projetos na área. Somado a isso, “[…] estabelecer um processo e compreender como uma etapa se conecta a e se baseia na outra estabelece credibilidade” (GOCHENOUR, 2011, p. 23, tradução nossa).
Paula Glória Barbosa, bacharel em Decoração, especialista em Design de Móveis, mestre e doutora em Design pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Desde 2016 é professora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG).
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