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Fenomenologia e experiências sensoriais em Interiores

Fenomenologia e experiências sensoriais em Interiores

Autora

Profa. Dra. Sueli Garcia

Resumo

A proposta dessa reflexão envolve o entendimento da experiência de vida do indivíduo sendo expressa por meio de seus interiores. Para esse percurso buscamos apoio na fenomenologia para investigar os aspectos sensíveis que conectam o corpo e o espaço. O objetivo final é que essa reflexão nos possibilite intensificar e suscitar novas experiências a esse indivíduo, legitimando sua relação com o seu habitat. É importante pensarmos em como os espaços podem estimular todos os sentidos e proporcionar diferentes sensações de bem-estar e satisfação no dia a dia deste usuário. Consideramos que além dos elementos visuais e estéticos, os sentidos também possam estar presentes nesse espaço – o som, o tato, o olfato e o paladar – e que eles façam parte do escopo de um projeto, ou seja, explorar todas as esferas sensíveis que acolham o indivíduo. A criação desse percurso é um exercício possível na atuação do profissional de Design de Interiores.

Palavras chaves: Fenomenologia – Percepção – Sensorialidade – Subjetividade – Design de Interiores

Abstract

The proposal of this reflection involves the understanding of the life experience of the individual being expressed through his interiors. For this route, we seek support in phenomenology to investigate the sensitive aspects that connect the body and space. The ultimate objective is that this reflection allows us to intensify and raise new experiences for this individual, legitimizing their relationship with their habitat. It is important to think about how spaces can stimulate all senses and provide different sensations of well-being and satisfaction in the day-to-day life of this user. We consider that in addition to the visual and aesthetic elements, the senses can also be present in this space – sound, touch, smell, and taste – and that they are part of the scope of a project, that is, exploring all the sensitive spheres that welcome the individual. The creation of this path is a possible exercise in the performance of the Interior Design professional.

Keywords: Phenomenology – Perception – Sensoriality – Subjectivity – Interior Design

Introdução

Esse artigo tem como proposta refletir e compreender o modo como acontece a captação da experiência de mundo para cada pessoa e como ele é projetado em seu habitat. A fenomenologia – como um modo de pensamento filosófico – é considerada uma ciência da subjetividade, que busca captar o fenômeno tal como é experienciado pela consciência. Entendendo que o fenômeno se dá de forma diferente para cada indivíduo, esse é o ponto que nos interessa, entender essas diferenças para poder desenvolver cada vez mais interiores que dialoguem de forma íntima com o seu usuário.

A fenomenologia torna-se um método que nos auxilia a desenvolver projetos mais sensíveis e sensoriais, e que se relaciona de forma íntima com seu usuário. Não há uma resposta precisa, há um processo, um percurso, que não se resume em um estilo ou uma maneira específica de se solucionar um espaço, mas sim, tomar como partido a experiência do usuário e sua relação com esse espaço. Apontamos como caminho de reflexão, a fenomenologia, que busca explicar como nos relacionamos com o meio, quer seja pelo espaço, pelos objetos, para perceber o mundo, para que possamos refletir o que nos sensibiliza e de que forma nos relacionamos e formamos imagens significativas que nos tocam. Há como propósito final a possibilidade de projetarmos interiores por meio de um processo de ressensibilização na relação entre o indivíduo e seu espaço, para tanto, necessitamos resgatar o entendimento da percepção e a captura do mundo contemporâneo e suscitar novas experiências por meio de ambientes sensoriais, espaços para os sentidos. A proposta é que iniciemos o processo pela reflexão, pesquisa e ao final que possamos praticar em projetos.

Percepção e sensorialidade no espaço

Fenomenologia é uma palavra que ouvimos cada vez mais em diálogos sobre experiências perceptivas e a relação entre o corpo e o espaço. As experiências cotidianas compõem um exercício essencial na relação do indivíduo e seu habitat, como também, um exercício cada vez mais presente na profissão de Design de Interiores, que desenvolve esses espaços para o indivíduo contemporâneo. Mas o que é Fenomenologia?

O termo “fenomenologia” deriva de duas palavras gregas: phainesthai, que corresponde aos fenômenos, a tudo aquilo que se apresenta ou se mostra aos nossos olhos, e logos, que significa estudo, explicação ou descrição. Sendo assim, a fenomenologia é o estudo ou a descrição dos fenômenos, que aguçam ou ampliam nossa percepção de mundo (HUSSERL, 2014).

Fenômeno é tudo aquilo que surge no campo da consciência, mais especificamente, no modo como aparece e como é captado pela consciência. De acordo com o matemático e filósofo alemão, Edmund Husserl, o fenômeno é justamente o modo como algo aparece para cada consciência, o que não se trata de uma representação da coisa observada, nem mesmo da “coisa em si”, mas a coisa tal como é revelada a nossa consciência. Devemos considerar que essa consciência, essa percepção, se dá de diversas formas para cada indivíduo (HUSSERL apud GOTO, 2007). Mas como isso acontece?

O modo como uma situação aparece para cada pessoa envolve suas próprias significações e avaliações sobre o fenômeno, que não é o mesmo que fato, pois o mesmo fato pode adquirir diferentes significados para cada pessoa, o fenômeno envolve os significados que cada um atribui, e isso envolve sua experiência de vida e sua subjetividade.

A consciência constitui os fenômenos, ela atribui sentido às coisas, o conhecimento capta o sentido e a significação das coisas. O que chamamos “realidade” é na verdade um conjunto de significações e sentidos que são produzidos pela consciência, e esse sistema nos anima e orienta. O que nos interessa na fenomenologia?

A fenomenologia é um método de reflexão e de conhecimento sobre o mundo e teve início entre o final do século XIX e início do século XX. É um método de investigação filosófica e diferencia-se da ciência positivista, que busca universalizar e categorizar os saberes, como também das tendências idealistas, que buscam estabelecer conceitos e ideias gerais sobre as coisas. Sua metodologia propõe o retorno a um estágio pré-reflexivo, ou seja, antes das representações e construções conceituais (CARRASCO, 2018). Essa experiência depende da sua articulação com a existência concreta, ou seja, estamos no tempo e no espaço, assim como, contemos e somos contidos nele. Essa reflexão respalda a descrição de nossa experiência tal como ela é agrupada, juntamente com os conceitos de sensação, percepção, atenção e espacialidade.

A consciência constitui os fenômenos, ela atribui sentido às coisas, o conhecimento capta o sentido e a significação das coisas. O que chamamos “realidade” é na verdade um conjunto de significações e sentidos que são produzidos pela consciência, e esse sistema nos anima e orienta. O que nos interessa na fenomenologia?

A fenomenologia é um método de reflexão e de conhecimento sobre o mundo e teve início entre o final do século XIX e início do século XX. É um método de investigação filosófica e diferencia-se da ciência positivista, que busca universalizar e categorizar os saberes, como também das tendências idealistas, que buscam estabelecer conceitos e ideias gerais sobre as coisas. Sua metodologia propõe o retorno a um estágio pré-reflexivo, ou seja, antes das representações e construções conceituais (CARRASCO, 2018). Essa experiência depende da sua articulação com a existência concreta, ou seja, estamos no tempo e no espaço, assim como, contemos e somos contidos nele. Essa reflexão respalda a descrição de nossa experiência tal como ela é agrupada, juntamente com os conceitos de sensação, percepção, atenção e espacialidade.

O comportamento contido na percepção é o primeiro contato com o mundo, e a “a fenomenologia é uma relação de ser, segundo a qual, paradoxalmente, o sujeito é seu corpo, seu mundo e sua situação, e de certa forma estabelece com estes uma permuta” (MERLEAU-PONTY, 1999, 75). Essa experiência permite refletir sobre os espaços de interiores como um componente ativo de uma narrativa é imprescindível para o processo de um cenário para o cotidiano, e todas as suas nuances – função, estética, conforto, experiência, percepções, memórias etc. Como a fenomenologia funciona?

Para nós profissionais de Design de Interiores, a fenomenologia nos ajuda a ir além de um bom briefing, nos ajuda a aguçar nossa percepção em relação ao outro. Para tanto, é necessário um processo de autoconhecimento como profissional, um entendimento do outro.

Entender a natureza humana em suas esferas é um campo imprescindível para nossa atuação em Design de Interiores, uma profissão complexa que envolve multidisciplinaridades e sensibilidades além das características técnicas necessárias. Com essa percepção, podemos promover espaços que agucem experiências perceptivas e sensoriais, enriquecendo a relação entre corpo e espaço e todas as esferas da vida do usuário. Essa experiência vai além de um bom layout, da qualidade dos móveis e objetos, ou de um estilo ou tendência, o processo envolve um conhecimento da potencialidade de cada elemento no espaço, a capacidade de promover sons ou de equilibrá-lo, de suscitar memórias, de criar lembranças, de experimentar e explorar os ambientes com o toque e acima de tudo, de o indivíduo se reconhecer nesse espaço.

O filósofo alemão Wilhelm Dilthey no final do século XIX, declarou que compreender é uma visão intuitiva de algo de dentro, e que, portanto, era necessário compreender que a vida psicológica partia do interno. Seu intuito era tentar captar as ligações das vivências com os significados na vida de cada um (GOTO, 2007). No mesmo período, o filósofo alemão Franz Brentano concluiu que havia profundas diferenças entre os eventos físicos e os fenômenos psíquicos. Segundo ele, há intencionalidade nos fenômenos psíquicos, um modo de percepção original e imediato. A consciência fenomenológica não é simplesmente a consciência do objeto, por parte do sujeito, mas uma consciência da ação, que se dá de modo anterior à constituição das dicotomias entre sujeito e objeto. Ele propôs o retorno às experiências vividas e a descrição autêntica delas, livre de qualquer pressuposto científico ou metafísico (PIRES, 2019).

No século XX, as grandes contribuições vieram de Edmund Husserl que questionou o modo como se dá o conhecimento. Para ele, a “coisa em si” não existe, pois, as coisas dependem sempre de um olhar (HUSSERL apud CARRASCO, 2018). São as pessoas que percebem as coisas e nada existe sem a percepção de uma pessoa sobre algo, ou seja, o protagonismo das coisas pertence ao usuário inicialmente. Nós damos sentido a coisas inanimadas. O interesse de Husserl não era buscar os ideais de coisas, mas perceber como elas se mostram para a consciência, colocando entre parênteses os julgamentos e concepções prévias sobre o que era observado.

Segundo Husserl, não nos encontramos primeiramente com os dados para depois perceber as coisas, mas nos encontramos com os fenômenos, tal como eles se apresentam à nossa consciência. Como citado anteriormente, não existe a “coisa em si” sem a consciência que temos dela. A consciência é sempre intencional, está constantemente voltada para um objeto, enquanto este objeto é sempre objeto para uma consciência. Em outras palavras, qualquer coisa é sempre algo percebido, se não foi percebido, ele não existe, e que, portanto, nunca algo será uma “coisa em si”, mas sempre uma coisa percebida, sentida, interpretada e significada por alguém (SILVA, 2009). Sem o indivíduo, as coisas não existem ou não fazem sentido porque não estão à vista. O que está longe dos olhos, não existe e, portanto, não faz sentido.

Outra grande contribuição importante é a obra “Fenomenologia da Percepção” de Maurice Merleau-Ponty. Sua filosofia é reconhecida pela forma com que busca entender “os fios intencionais que nos ligam ao mundo (…) justamente para ver o mundo” e como nos relacionamos com ele (MERLEAU-PONTY, 1999, 50). Para Merleau-Ponty a fenomenologia é o estudo das “essências”, é uma “filosofia que recoloca as essências na existência” (IBIDEM). Com isso, entendemos que ver é perceber e dar sentido ao mundo e as coisas.

A visão mais poética da fenomenologia é a filosofia de Gaston Bachelard. O espaço de interiores ganha textura com a presença do seu usuário, é ele quem dá sentido, pulsação e significado e, portanto, nada mais apropriado que a teoria de Bachelard para entender a poesia do espaço (BACHELARD, 1998). Num espaço poético a alma ancora sua presença. Quem dignifica o espaço em “lugar poético” é o ser humano a partir das qualidades desse espaço que lhe confere à alma, quando vêm habitá-lo (GARCIA, 2011, 93).

No interior do ser, no ser do interior um calor acolhe o ser, envolve-o. O ser reina numa espécie de paraíso terrestre da matéria, fundido na doçura de uma matéria adequada. Parece que nesse paraíso material, o ser mergulha no alimento, é cumulado de todos os bens essenciais (BACHELARD, 1998, 27).

Consideramos como “lugar” um espaço de qualquer natureza carregado de símbolos – objetos, cores, texturas, móveis etc. – que venham a sugerir formas de relacionar corpo e espaço, e com qualidades para incentivar o usuário a explorá-lo e a usá-lo. Este espaço se faz “lugar” porque existe a presença do usuário que é o protagonista. Como consequência, o corpo é visível e por sua vez, também é uma unidade expressiva nesse espaço cheio de forças e tensões a serem exploradas, e com isso ganha sentido, correspondendo às necessidades objetivas, subjetivas e fenomenológicas do indivíduo.

De acordo com Merleau-Ponty, o sentido de estar no espaço é algo ontológico para o ser humano, que foi gerado sob tensões e a experiência sensitiva de um espaço, só pode ser percebida quando o corpo vivencia esse espaço (MERLEAU-PONTY apud GARCIA, 2011). Pensar em um espaço como o existente, significa pensar em si próprio. Ele é uma extensão da minha percepção de mundo, mas é comum atribuirmos respostas mais objetivas, abstraindo os aspectos fenomênicos, e, consequentemente, nossa própria existência. Ele é uma extensão do indivíduo e está em constante diálogo, pois ele é um reflexo da natureza do usuário. Quanto menos o usuário tem consciência de si ou do seu redor, menor é a conexão dele com o seu espaço.

Refletir sobre esses aspectos que envolve o indivíduo e seu espaço é um exercício fundamental e que vai muito além de um briefing bem traçado. Envolve se aproximar da história do usuário com sensibilidade observando aquilo que não está sendo dito, colhendo informações por meio de gestos, reações, expressões espontâneas etc.

O espaço de interior, apesar de ser um espaço físico, um edifício, não é esse aspecto que nos atrai a ele, mas sim porque ele também é um espaço plástico e imaterial, um lugar aparentemente vazio, mas cheio de forças que irão tensionar a cada objeto que adentrar o suposto vazio.

A Fenomenologia nos leva a refletir e observar o que é o “meio” na nossa relação com o mundo, e em Design de Interiores, temos um universo de coisas que estão entre nós e o espaço. Portanto, todo e qualquer elemento compositivo desse ambiente, terá um sentido, uma razão para existir nesse lugar, porque em grande parte dessa relação ele é o “meio”. Podemos potencializar essa vivência quando estamos conscientes do percurso necessário para agregar essas qualidades sensíveis ao espaço e promover experiências sensoriais que possibilitará a criação de atmosferas nesse lugar, ampliando a consciência do usuário sobre o seu lugar e sua existência. Mas como perceber a importância desse “meio”?

Percepção e sensorialidade

A percepção é imprescindível para a experiência fenomênica e está diretamente conectada com a consciência que atua intencionalmente porque, toda consciência é consciência de algo, ou seja, é um ato que visa um objeto, uma imagem, um fato ou uma ideia. Por visar algo, a consciência não se refere apenas às coisas, mas a todas as vivências que envolvem as coisas visíveis, dando significação a elas. Os símbolos ganharam peso social no decorrer da história e acabou tendo valor de status, eles possibilitam identificar ou averiguar características fenomenológicas e exigem uma visão sensível.

Por trás dessa visão sensível está toda a vivência que nos ajuda a perceber a potencialidade do ambiente, mas é importante acrescentar que essa experiência se dá em grau diferente para cada um, e de certa maneira, de forma única. “O que nos envolve ao entrarmos em um ambiente não é somente o que vemos dele, mas também os sentimentos que desperta, as emoções que traz e o grau de conexão que experimentamos naquele espaço físico” (NEVES, 2017, 101).

Esse exercício de observação tem se mostrado eficaz para uma metodologia que tem rompido paradigmas e vem se ampliando cada vez mais no campo do design de experiências e se expandindo para diversas áreas de conhecimento. A arquitetura Juliana Duarte Neves desenvolve uma pesquisa sobre os aspectos sensoriais e a origem da hegemonia da visão em detrimento dos outros sentidos, presentes em grande parte dos projetos arquitetônicos e de design de interiores. Ela acrescenta que “é preciso mudar o foco: do design de objetos devemos voltar-nos para o design de situações que propiciem atividades que promovam experiências significativas tais como as focadas em socialização, bem-estar e solidariedade.” (NEVES, 2017, 122).

Os interiores além de seus aspectos funcionais têm como propósito nos tocar, nos sensibilizar, sem isso não há uma sedução, não há provocação ou impulso para explorar os espaços. De acordo com Juhani Pallasmaa, é necessário criar uma atmosfera, e o arquiteto e professor Peter Zumthor acrescenta que o propósito é gerar sentimentos (PALLASMAA e ZUMTHOR apud NEVES, 2017). Ambos concordam que a arquitetura e seus interiores — e a atmosfera criada por ela — deve contemplar todos os sentidos. A extensão de uma arquitetura sensível também impactará os seus interiores. A discussão de ambos é a desconexão entre essas partes, a falta de diálogo entre o espaço interior e seu envoltório.

A experiência no espaço “ideal” pode assumir a responsabilidade que lhe confere como um “lugar de criação”, à disposição do indivíduo para experimentar e se auto reconhecer, o que legitima sua existência (GARCIA, 2011). Ou seja, a consciência do usuário nessa relação com o espaço o torna uma página em branco que pode vir a gerar inúmeros significados. Será o lugar onde todos os elementos participativos serão dinâmicos, e onde o criador desenvolve diversas atmosferas ligadas às suas necessidades, quer sejam físicas, psíquicas, espirituais etc. Como dissemos anteriormente, o corpo ocupa espaço e é visível, logo, ele se torna uma unidade expressiva, que só quando é percebido pode-se aprender a conhecê-la, para na sequência torná-la uma estrutura para se comunicar com o mundo sensível.

Descobrir o espaço e descobrir-se nele, representa para cada indivíduo uma experiência pessoal e universal. São processos que se interligam ao próprio curso de estruturação da percepção consciente, provocando possibilidades de a pessoa sentir-se e pensar-se dentro do meio ambiente em que vive. A permanência da estrutura desse espaço segue o fluxo das várias fases de vida e deverá ter a capacidade de atender a essa flexibilidade de mudança, como também, as relações sociais deste usuário com seus semelhantes e com seu entorno, confirmando em sua plenitude o seu pertencimento a vida presente (GARCIA, 2019).

Interiores sensoriais

Interiores sensoriais são espaços compostos de forma sensível para que possamos estimular no usuário os cinco sentidos – tato, visão, olfato, paladar e audição – por meio dos vários elementos que fazem parte da composição dos interiores. Planejar um interior que apele a todos os sentidos é fortalecer a relação com o usuário, como também, dar a capacidade de comunicação desse ambiente de que ele é capaz de acolher e criar caminhos para as necessidades de várias esferas ao indivíduo como: proteção, acolhimento, socialização, reflexão etc.

Nascemos com os sentidos, eles estão entre nós e o mundo, e dessa relação decorre toda nossa experiência de vida, essa é a essência da fenomenologia. Apesar dos vários aspectos dos sentidos estarem envolvidos nessa questão, é importante observarmos como ocorre o funcionamento do organismo e suas reações no ambiente. Nossas emoções estão diretamente conectadas com nossas percepções e a experiência de vida nos permite colecionar vivências e emoções. Um fenômeno importante decorrente dessa experiência é a intuição. Toda vez que um padrão já experimentado anteriormente se repetir, a intuição – que não controlamos – é acionada.

A intuição é uma sensação que precisa ser percebida e considerada. Muitos profissionais já entenderam que ela pode ser um campo importante para rever algumas decisões. A psicóloga Walkyria Coelho explica que “a intuição é um fenômeno que nos acontece e está vinculado aos nossos padrões de abordagem da realidade subjetiva.” É uma percepção que nos foge o controle e sua origem está nas emoções ligadas a todas as nossas observações e vivências, o efeito Déjà vu (já visto) (COELHO apud MONTEIRO, 2017). A neurociência vem explorando a intuição por meio de estudos que fazem parte da noesis [1] ou ciência do conhecimento interior.

Para o filósofo italiano Emanuele Coccia, “vivemos porque podemos ver, ouvir, sentir, saborear o mundo que nos circunda” e acrescenta que é graças ao sensível porque ele capta imagens, conceitos, e sem ele a vida seria uma coleção de regras vazias. Para ele, a influência da sensação e do sensível sobre nossa vida é enorme, mas é um campo que ainda permanece em grande parte, inexplorado. A filosofia buscou a reflexão, “mas raramente mediu o peso da sensibilidade sobre a existência humana”, e que “todo homem vive no meio da experiência sensível e que pode sobreviver apenas graças às sensações” (COCCIA, 2010, 11).

A percepção é o rico campo de recepção dessas experiências e que se tornou uma área extremamente rica para os laboratórios dos novos campos de pesquisa como a arquitetura da felicidade e a neurociência, e esses campos inevitavelmente tangenciam e inserem o Design de Interiores.

De acordo com pesquisas os seres humanos recordam: 35% o que cheiramos, 15% o que provamos, 5% o que vemos, 2% o que ouvimos e o que tocamos. O sociólogo Anthony Synnott (1991) fala sobre a ideia de que fomos culturalmente moldados com base no sentido da visão, e de certa forma, nos últimos dois séculos nós entramos num processo de saturação visual, que dificulta memorizar de forma profunda. As percepções no Design de Interiores:

A) TATO

O tato – depois da visão – é o mais explorado e está presente em todas as peles dos espaços: tapetes, cortinas, almofadas, texturas, relevos etc. Sua qualidade nos seduz a tocar e deve nos proporcionar uma enorme sensação de conforto e de aconchego. Sendo uma das primeiras experiências vernaculares, o tato promove uma experiência além da visão. A superfície pode apresentar infinitas possibilidades e une o visual e o tatual.

O arquiteto e ecologista austríaco Hundertwasser, tinha como premissa projetar conscientemente para os sentidos e promover experiência sensorial. Ele acreditava que dessa forma podemos nos conectar melhor com o mundo material e isso nos ajudaria a encontrar nosso lugar adequado nele, um caminho de autorreconhecimento e pertencimento. Para ele, a irregularidade do chão era uma melodia para os pés. Suas arquiteturas e seus interiores, era repleta de organicidade, assimetria e irregularidades como forma de aguçar novas interações entre espaço e usuário (TASCHEN, 1999).

O arquiteto Peter Zumthor dá uma grande importância para o material, que tanto sensibiliza o usuário pelo tato, quanto pela visão. Ele discute sobre a infinidade de recursos que um só material nos possibilita e dá como exemplo uma pedra. Ela pode ser cerrada, moída, dividida, polida, levigada, colocada contra a luz, e a cada interferência, teremos um resultado diferente (ZUMTHOR apud NUNES, 2017).

Pela sinestesia, Zumthor explora a temperatura do espaço, se referindo a capacidade que os materiais têm de suscitar sensações. A experiência visual antecipa a sensação, pois antes de tocarmos o objeto já temos uma noção se o material será quente ou frio, por mais vaga que possa ser essa experiência. O mesmo ocorre com diferentes texturas: antes de tocá-las, já conseguimos imaginar se serão ásperas ou macias. Zumthor considera importante essa preocupação que ele denomina “afinação térmica” dos materiais que utiliza em sua arquitetura e interiores (ZUMTHOR apud NUNES, 2017).

B) VISÃO

Em nossa cultura, a visão é o sentido mais valorizado e em vários momentos, substituem os outros de tal forma que usamos a expressão “saborear com os olhos”. Cor e forma chegam aos olhos muito rapidamente, porém a cor não é um fenômeno físico. Um mesmo comprimento de onda pode ser percebido de forma única para cada pessoa (ou outros seres vivos, como os animais), ou seja, cor é um fenômeno fisiológico, de caráter subjetivo e individual. Para os sentidos a cor abrange a fisiologia e a psicologia. E em menor intensidade percebemos a forma.

Mas todos os fatores visuais – que dependem das proporções – terão que ser organizados de forma a atrair, tomando o cuidado e a atenção de como cada elemento atua, para não repelir o usuário gerando um ruído visual.

A luz tem seu protagonismo nos interiores, e tem a capacidade de redesenhar a cada momento nuances diferentes em um único espaço. Ela altera todo o clima, pode gerar calor e aconchego, e sua temperatura evoca emoções. A iluminação redesenha a casa diurna e noturnamente.

Para Zhumtor, a luz sobre as coisas é algo que detém sua atenção: para onde e como ela incide sobre objetos em um ambiente; para onde as sombras estão sendo projetadas; e a qualidade das superfícies que se modificam com a luz. Cada matéria tem a capacidade de absorver um mínimo de luz e refletir na escuridão. Para ele é parte do processo atentar para o “comportamento” dos diferentes materiais perante a luz e sua transitoriedade (ZUMTHOR apud NUNES, 2017).

C) OLFATO

Os cheiros nos trazem lembranças, sejam elas boas ou más, e é normal os ambientes terem o seu próprio cheiro. Entre as sensações, os cheiros e os sabores são os mais difíceis de capturar por suas naturezas efêmeras

O olfato pode passar de um estágio extremamente agradável, até ao enjoo e ao vício e dormência. Quanto maior for a intensidade e a exposição ao odor, gradativamente vamos avançando para um estágio de insensibilidade. Uma série de exposições contemporâneas estão desafiando os sentidos e provocando experiências para alguns desses sentidos que estão adormecidos.

A casa é um misto de odores, alguns naturais e sutis e outros mais evidentes. É importante planejar a experiência sensorial de um espaço. Esse é um item que nos passa despercebido, mas o cheiro de uma casa ficará na memória de quem habita e de quem visita.

D) AUDIÇÃO

O contexto urbano nos expõe constantemente aos barulhos da cidade. Ao longo dos anos, nos habituamos a esses ruídos que não são prazerosos, o que nos leva a utilizar outras percepções para compensar o excesso de barulho. Com a audição ocorre o mesmo que o olfato, quando os sentidos são expostos continuamente, ficamos viciados e a percepção adormecida. Quanto mais tempo ficamos expostos, mais insensíveis nossos sentidos vão ficando.

O olfato pode passar de um estágio extremamente agradável, até ao enjoo e ao vício e dormência. Quanto maior for a intensidade e a exposição ao odor, gradativamente vamos avançando para um estágio de insensibilidade. Uma série de exposições contemporâneas estão desafiando os sentidos e provocando experiências para alguns desses sentidos que estão adormecidos.

Algumas pesquisas buscaram a experiência do silêncio absoluto, e o que se mostrou é que não existe essa possibilidade. Mesmo que estejamos em um local sem barulho ao redor, ainda restará os sons do corpo, mostrando que é impossível obter o silêncio absoluto. O arquiteto e professor Zumthor argumenta que “mesmo em total silêncio e vazio, cada espaço possui um som próprio” (ZUMTHOR, 2006, 29). Ele chama de “som do espaço” e explica que têm relação com os formatos e superfícies dos materiais esses espaços contêm, como também, a maneira como foram aplicados. Para ele, “interiores são como grandes instrumentos, colecionando sons, amplificando-os, transmitindo-os para outro lugar” (Ibid., p. 29-31).

A câmera anecóica é utilizada para testes de sons. É uma sala totalmente vedada e com revestimento a prova de som para não haver reverberação. De acordo com as experiências, no primeiro momento os ouvidos se adaptam ao silêncio absoluto. Após este estágio a atenção se volta para os batimentos cardíacos e todos os movimentos e sons do organismo de nosso corpo. Mas a pesquisa também nos aponta que para algumas pessoas o silêncio absoluto pode causar transtornos e desequilíbrio, e esse nível difere entre as pessoas.

As áreas de conforto ambiental têm cada vez mais pesquisas nos campos científico, neurocientífico e tecnológico na busca de resultados mais eficazes para um equilíbrio saudável nos interiores e exteriores. A biofilia funcional tem se mostrado eficiente na possibilidade de criar barreiras sonoras e visuais na cidade e nos interiores.

E) PALADAR

Interiores e paladar não são indissociáveis, muito pelo contrário. A cozinha em várias culturas é o coração da casa e concentra uma grande parte dessa experiência de estar no mundo por meio do paladar, que se transforma em memória: alimentos, frutas, ervas, vapores etc. Essa relação é uma das mais primárias e necessárias na relação do indivíduo com a vida, uma vez que está ligada à sobrevivência, como também, é um hábito prazeroso que nos conecta com a vida e o presente.

Nossos ambientes são povoados de materialidades na forma de objetos, superfícies etc. mas a questão é que enxergamos sempre além, e costumamos focar naqueles objetos que já experimentamos anteriormente, algo que guarde semelhante às ideias ou às sensações que temos deles. De acordo com Coccia “Compreender a gênese de alguma coisa não significa interrogar-se imediatamente sobre sua essência ou sobre sua forma. Trata-se muito mais de perguntar onde, através do que, a partir do que, as imagens podem gerar-se nesse mundo” (COCCIA, 19). Ou seja, onde foi gerada a primeira experiência que nos orienta a optar por isso e não por aquilo? Qual a gênese de nossas escolhas?

Considerações finais

Desenvolver um espaço de interior é construir uma atmosfera, que pode produzir efeitos de toda ordem para envolver o usuário. E refletindo o quanto essa experiência é importante o arquiteto Mark Wigley alega que “o que é experienciado é a atmosfera, não o objeto como tal” (1998, p. 18.). As atmosferas são etéreas e os elementos compositivos de um espaço são permeados por elas. Uma atmosfera pode ser sentida sem ser percebida, por outro lado, também não somos sensíveis a ela a todo momento, como também pode ser sentida de modos diferentes por cada indivíduo (WIGLEY, 1998).

É importante ressaltar que, embora não seja possível projetar como se dará a vivência da experiência e o envolvimento das pessoas com o meio projetado, é possível projetar atmosferas. Mesmo que efêmeras e etéreas, elas proporcionam aos seus usuários experiências marcantes, mesmo que essa experiência se dê em intensidades diferentes a cada um. Pallasmaa afirma que o homem contemporâneo está perdendo sua “sensorialidade”. Ele passou a conviver com formas artificiais e todo o contexto atual começa a promover um movimento contrário, e o que percebemos é que nesse momento há vários movimentos em direção a uma ressensorialização. (PALLASMAA apud NEVES, 2017).
Cada vez mais estamos tentando resgatar ou criar métodos que nos orientem a dar uma atenção especial aos estímulos sensoriais do espaço, como também, os sentimentos que todos os elementos compositivos que resultam na atmosfera, geram em nós.

Os professores de arquitetura Joy Malnar e Frank Vodvarka em 2004, lançaram o livro Sensory Design, uma das primeiras bibliografias que propõe um processo de ressensorialização – e como Pallasmaa – com o objetivo de propor que arquitetos e designers se disponham a projetar para todos os sentidos. A dupla aponta sobre a necessidade de um desdobramento futuro no paradigma do design orientado sensorialmente. De acordo com o neurocientista Charles Spence: “apreciamos um lugar não apenas pelo impacto que este tem em nosso córtex visual, mas sim pelo jeito que ele é ouvido, sentido e pelo seu cheiro” (SPENCE, 2020).

Considerando essas contribuições, seria possível projetar para nossos sentidos? Se for possível, como seria um projeto que o som, o cheiro e talvez o sabor fossem tratados da mesma maneira que a visão ou o tato? Qual seria o resultado de um espaço em que a emoção fosse tão importante quanto a cognição? É possível repensar o percurso do planejamento e agregar experiências em que consideramos os sentidos, os sentimentos e a memória como fatores de peso em um projeto? Se abordamos anteriormente que a atmosfera de um interior é constituída por elementos que envolvem todos os sentidos e que há uma forte conexão emocional entre usuário e o espaço físico, em que momento consideramos esses fatores para o projeto? Todo o percurso desse artigo foi apontar para direções mais sensíveis e propor projetar para os sentidos.

A temperatura de cor é o grau de “brancura” da lâmpada. A luz das lâmpadas com maior temperatura possui um tom mais azulado, enquanto que a luz das lâmpadas com baixa temperatura tem um aspecto amarelado. Essa aparência de cor da luz proporciona diferentes estímulos lumínicos, de acordo com a percepção do usuário. As lâmpadas de aparência de cor azulada normalmente promovem um estímulo que desperta a concentração e o foco no indivíduo exposto a essa iluminação, tornando-se indicada para ambientes em que são realizadas atividades de precisão. No entanto, exatamente por promover esses estímulos, a luz com alta temperatura de cor em ambientes que possuem a função de relaxar pode não ser a mais adequada, interferindo negativamente no descanso do usuário.

O Índice de Reprodução de Cor (IRC) é a capacidade da luz artificial de reproduzir as cores de determinado objeto, com a referência da luz solar ao meio-dia. Lâmpadas com bom IRC proporcionam fidelidade cromática. Um mesmo objeto, ao ser iluminado por lâmpadas de diferentes IRCs, possuirá tonalidades distintas, interferindo em atividades onde a cor é um fator relevante para sua execução. Em ambientes internos, onde a cor é um fator relevante para o bem-estar dos usuários, podendo até ser determinante para execução de tarefas, como, por exemplo, na preparação e degustação de alimentos, o IRC da luz emitida é um fator importante a ser considerado.

A intensidade luminosa diz respeito à candela do equipamento e está diretamente relacionada ao ângulo de abertura do facho de luz, isto é, ao seu ângulo sólido. Esse facho pode ser mais aberto, proporcionando uma iluminação difusa, ou fechado, causando uma iluminação focal que é própria para destaque de objetos, porém mais sujeita a provocar ofuscamento se projetada incorretamente.

A escolha sem critérios corretos do produto pode acarretar em desconforto visual ao usuário, prejudicando a execução da atividade a ser realizada por afetar sua sensação de bem-estar, no que diz respeito a: visibilidade; orientação; segurança; ambientação. Segundo Brandão; Carvalho; Peixoto; Pinto; Silva; Wehrs, essas propriedades lumínicas são tão essenciais para a escolha correta do equipamento que deveriam estar presentes nas embalagens das lâmpadas, de forma devidamente regulamentada pelo Inmetro para efeito de uma comunicação visual que “melhorasse a transmissão da informação para o consumidor” (2009, p.2684).

A regulamentação das informações sobre as propriedades lumínicas nas embalagens de lâmpadas é apenas uma das ações necessárias para que a população se aproprie das novas tecnologias existentes nos dias de hoje, como o LED, e faça uso correto desses equipamentos.

No entanto, como ocorreu no início do século XX, quando a tecnologia da lâmpada incandescente era apresentada a população, diversas outras ações voltadas para a educação e popularização dessas inovações que são lançadas no mercado na atualidade devem ser promovidas com o intuito desses novos equipamentos apresentarem eficiência em todas as questões pertinentes a uma iluminação adequada.

1 Noesis (em grego: νόησις) significa pensamento, intelecção ou inteligência, que não quer dizer nem ideia, nem conceito, nem razão. Pensamento no sentido de silêncio e escuta, o que ainda não recebeu uma forma verbal ou representação, ou seja, aquilo que se compreende como imaginação passível de se tornar palavra falada ou imagem visual. Na sentença III de Parmênides, ele resume: to gar auto noein te kai einai – pois o mesmo, é pensar e ser (http://www.dicpoetica.letras.ufrj.br).

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Profa. Dra. Sueli Garcia

Designer de Interiores e Produto. Fez doutorado em Arte, Educação e História da Cultura pelo Mackenzie e mestrado em Comunicação na Unip. É coordenadora e docente dos cursos de Graduação em Design de Interiores e Design de Produto da Belas Artes de São Paulo. É também professora da Pós de Design de Interiores e Mestrado da mesma instituição. Atualmente é vice-presidente do Cac da ABD.

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