Categories: Edição 04

O designer de interiores: um psicólogo? As contribuições da Psicologia Ambiental

O designer de interiores: um psicólogo?
As contribuições da Psicologia Ambiental

 

Autora

Profa. Dra. Nora Geoffroy

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar o valor da interdisciplinaridade para o Design de Interiores, através das contribuições da Psicologia Ambiental, campo que vem avançando em seus estudos e que evidencia de forma muito clara o intercâmbio que se estabelece entre os ambientes construídos e o comportamento humano. São apresentadas diferentes abordagens relacionadas às relações pessoa-ambiente, assim como os principais conceitos que norteiam tais relações. Por fim, o artigo evidencia o caráter complexo e não determinista dessas relações, expressando a necessidade de uma atitude aberta e humilde do designer em relação ao usuário, atribuindo-lhe uma coparticipação no projeto, dessa forma ampliando a possibilidade do encaminhamento de soluções espaciais que respondam ao usuário nas dimensões psicológicas, sociais e culturais.

Palavras chaves:

Psicologia Ambiental – Relações pessoa-ambiente – Design de Interiores

Abstract

This article aims to present the value of interdisciplinarity for Interior Design, through the contributions of Environmental Psychology, a field that has been advancing in its studies and that shows very clearly the exchange that is established between built environments and human behavior. Different approaches related to person-environment relations are presented, as well as the main concepts that guide such relations. Finally, the article highlights the complex and non-deterministic character of these relationships, expressing the need for an open and humble attitude of the designer in relation to the users, attributing a co-participation in the project, thus expanding the possibility of forwarding spatial solutions that respond to the user in psychological, social and cultural dimensions.

Keywords:

Environmental Psychology – Person-environment relations – Interior Design

Introdução

A busca por uma fundamentação do Design de Interiores vem crescendo a cada dia. Gui Bonsiepe (2012), designer alemão formado em Ulm, teceu consistentes argumentos evidenciando o desinteresse do pensamento filosófico no design, de modo geral, o que teria acarretado um discurso teórico ainda pouco desenvolvido, embora mudanças venham ocorrendo. Em se tratando de Design de Interiores, que emprestou, durante muito tempo, conceitos da arquitetura, hoje faz-se urgente o foco na pesquisa específica relacionada ao campo que, muitas vezes, busca o viés histórico de sua própria formação – na figura dos tapeceiros de outrora. De todo modo, o Design de Interiores lida de um jeito particular com o espaço, não apenas em termos da escala, em comparação à Arquitetura, mas também em termos de fazer uso de uma lente com foco em uma categoria diversa, em que um usuário particular precisa da adaptação do espaço às suas especificidades. Aqui se estabelece uma distinção importante entre as atribuições de um arquiteto e de um designer de interiores, de acordo com a própria formação de cada um. Embora ambos trabalhem com o espaço e ambos apontem o ser humano como o centro de sua atuação, o grau da lente é muito diferenciado. Para isso, cada qual tem em sua matriz curricular as disciplinas que lhe conferem a adequada competência.

A amplitude desta diferença é marcada pelo caráter interdisciplinar do Design de Interiores que requer, portanto, uma abordagem que o auxilie na compreensão do usuário específico para o dado projeto, seja um indivíduo ou um grupo, entronizado como o centro do processo de projeto. Há que se vencer a defasagem entre o pensamento analítico mais abstrato dos cientistas sociais, e o raciocínio eminentemente visual que muitos profissionais do espaço ainda insistem em privilegiar – desse modo vencendo obstáculos à necessária compreensão que o campo requer quanto ao usuário.

Hoje, os estudos interdisciplinares que, diferentemente dos multidisciplinares, são embasados por uma teoria e uma metodologia comuns às disciplinas envolvidas, prevendo uma troca e uma contribuição sistemática, são fundamentais para o projeto de interiores. O fato é que os estudos das relações homem-espaço vêm sendo abordados sob diferentes perspectivas e podem envolver a Sociologia, a Antropologia, a Ecologia, a Antropometria, a Ergonomia, a História, a Psicologia, a Geografia, a Semiótica, todas elas, e outras mais, contribuindo para a solução de problemas ambientais.

Entre estas, a Psicologia Ambiental, surgida entre os anos 1960 e 1970 em decorrência de um aumento da preocupação com o ambiente, foi descrita pelos psicólogos norte-americanos Harold Proshansky, William Ittelson e Leanne Rivlin como “[…] o estudio de la conducta humana en relación con el ambiente ordenado y definido por el hombre.” (PROSHANSKY et al., 1978, p.15). De modo mais específico, Norman Heimstra & Leslie McFarling (1978, p.2) definiram-na como “[…] a disciplina que trata das relações entre o comportamento humano e o ambiente físico do homem”, enfatizando-se o ambiente construído em preferência ao natural ou geográfico.

A compreensão das relações entre usuário e ambiente, a partir da verificação dos padrões de interação estabelecidos na dinâmica de cada lugar e os valores e princípios ligados ao estímulo à autonomia, ao desenvolvimento da competência e à garantia de necessidade de privacidade e/ou de interações sociais, conforme o momento, constituem aspecto fundamental no projeto de Interiores.

Este artigo propõe uma breve reflexão sobre a contribuição da Psicologia Ambiental para a prática do projeto em Interiores. Serão apresentados alguns conceitos oriundos de seus estudos que podem ser objeto de atenção dos designers em sua busca por alcançar as pessoas no foco de seus projetos. No entanto, o artigo também pretende evidenciar que o uso de conceitos e resultados de pesquisas da Psicologia pelos profissionais designers de interiores não os transforma em psicólogos, como se apregoa por aí – a frase é tão inconsistente como recorrente: O designer de interiores é também um psicólogo. O fato de contribuir para o bem-estar e para a melhoria da qualidade de vida dos usuários não o transveste em psicólogo. Apenas atesta de modo significativo a necessária busca para alcançar as pessoas que habitam os espaços, e só isso já é um fator não apenas grandiloquente, mas determinante da qualidade de qualquer projeto.

Espaço, ambiente, dimensões psicossociais

Para a intervenção que caracteriza o projeto de interiores, conceituar o termo ambiente é ponto de partida. Nos anos 80 do século passado, Gerald Young (1986), que se especializou em ecologia humana, defendeu o uso da expressão ambiente construído que, evitando adjetivos outros, remete ao ambiente concebido, isto é, criado, planejado e construído pela mente e pela mão humanas, sendo resultado de uma evolução cultural. Esta concepção do ambiente como espaço físico construído e organizado inclui não somente os aspectos mensuráveis, tais como as dimensões, a disposição do mobiliário, o conforto térmico, acústico e visual, mas também os aspectos ditos intangíveis, passíveis de serem detectados como significativos para os usuários, no sentido de um ambiente conceitual e contextual, este último atinente aos aspectos culturais, históricos e geográficos pertinentes.

É preciso, no entanto, entender como se dá esta construção. O espaço não é algo dado, externo ao ser humano. Ele constrói-se junto com o homem que, por seu turno, se constitui nas relações que com ele estabelece. É através do próprio corpo que a criança se comunica e elabora o espaço externo e, a partir dele, em longo processo, constrói um espaço interno, vivido. Se o corpo determina um limite com o meio externo, ao mesmo tempo se apresenta como interface, assegurando a construção do eu e seu contato com o mundo exterior, como evidenciou o professor de Psicologia Social da Universidade de Metz na França, Gustave-Nicolas Fischer (s.d.). É na experiência do corpo em movimento que o sujeito se constrói. Tendo-o como centro a partir do qual o espaço se estrutura, se inicia o processo de distinção entre o eu e o não-eu, entre interior e exterior. Essa construção se dá inicialmente no plano sensório-motor através da ação (movimento e atividade) e nesse momento o espaço é perceptivo, apenas decodificado pelos órgãos dos sentidos, sendo particular a cada espécie e relacionado ao mundo físico onde se vive e se atua. O espaço da representação ou espaço conceitual – por isto presente mesmo quando ausente – só ocorre a partir do surgimento no plano intelectual da função simbólica, após longo período de desenvolvimento. Este espaço conecta-se a uma realidade interior: como o indivíduo sente o seu lugar em um dado espaço, em que aquela organização o afeta, em que medida tem sobre ele algum controle e qual o seu significado. Young (1986) ratifica que o espaço conceitual está além do primeiro, e refere-se à cultura, ou seja, ao mundo simbólico, do conhecimento, da ciência, da arte, da língua e das ideias que a inteligência humana acumulou.

O ponto interessante é que, havendo íntima relação entre o senso do espaço e o senso do eu, parece que este se constitui como um campo único com o meio, não se podendo separar o conceito de ser humano, como artefato cultural, do conceito de espaço, enquanto fenômeno psíquico.

A consciência corpórea, observe-se, não se restringe aos limites do corpo, abarcando áreas alcançadas durante a ação que a própria atividade estabelece. O envolvimento cinestésico amplia o espaço visual e a sensação de consciência, o que acontece, por exemplo, ao motorista ao volante de um automóvel, quando se sente uno com a máquina e a utiliza como expressão pessoal. Igualmente, o psiquiatra francês Eugène Minkowski (1968) que aplicou a fenomenologia à psicopatologia, definiu o espaço como uma esfera, cujos limites se fazem presentes não como barreiras externas cerceadoras, mas definidas dinâmica e qualitativamente pela própria ação que encerra a atividade em si mesma.

O certo é que, para o trabalho do designer de interiores, se o ser humano é conformado pelo espaço, também é inegável que se constitui como agente ativo na transformação do mesmo. Estendendo a ideia para a vida cotidiana, sabe-se que os ambientes nos quais se vive e se trabalha moldam os comportamentos e o modo de ser de seus atores que são, em verdade, conformados através das relações que mantém com esses ambientes. Nessa ótica, o ambiente socialmente construído e organizado é, simultaneamente, fonte de influência e produto da intervenção cultural de que o sujeito é agente, em permanente ação.

Em uma abordagem psicossocial, Fischer (s.d.) atesta a natureza socializada do ambiente construído, em decorrência de condições particulares presentes, que orientam o comportamento, assim como resultado das atividades e das relações que são ali produzidas. Os ambientes construídos são matrizes da experiência pessoal e coletiva. Sabendo-se que o termo matriz se refere ao lugar em que algo é gerado ou criado, esse conceito estabelece uma diretriz importante para a compreensão do papel do Design de Interiores em suas intervenções no espaço, garantindo ao usuário os valores e os princípios aptos ao seu crescimento pessoal e social. Ora, se o ambiente é fonte do comportamento humano – é útero, acolhe e gesta, e assim a responsabilidade da intervenção do designer se amplia.

O autor definiu uma dimensão psicológica do espaço que encontra correspondência em Gustave Bachelard (1988), filósofo e poeta francês, que chamou atenção para o valor poético do espaço como fonte de emoção, através de sua dimensão simbólica. Esta guarda uma profunda interdependência entre espaço e usuário, que se encontra carregado de valores que orientam sua ação. É verdade, no entanto, que essa dimensão também pode ser afetada por condições externas, que impossibilitam a adaptação do usuário, dentre essas, aspectos como alta densidade populacional, desconforto térmico, acústico ou lumínico.

Para compreensão da dimensão cultural do estudo do espaço, igualmente apontada por Fischer (s.d.), recorramos ao renomado antropólogo norte-americano Gustave Geertz, que defendeu a cultura como

[…] estrutura de significados historicamente transmitidos e apoiados em símbolos, um sistema de representações apreendidas e expressas em formas simbólicas com a ajuda dos quais os homens comunicam, transmitem e desenvolvem o seu saber nas suas atitudes perante a vida. (GEERTZ, 1993, p.89).

Cada cultura desenvolve uma concepção particular do espaço e do tempo, sua organização de acordo ao seu sistema de valores, ao modus vivendi e ao lugar atribuído ao espaço corporal. Se considerarmos o espaço da habitação, veremos que sua função de abrigo é a mesma em todas as culturas, mas a sua organização tem muito a ver, observe-se, com o lugar da mulher, com os hábitos alimentares, com o valor da privacidade e da intimidade, com o seu grau de abertura ou fechamento aos de fora. As diferenças culturais a respeito do uso pessoal e social que o homem faz do espaço foram anteriormente discutidas como se verá adiante.

O terceiro aspecto apontado nos estudos do espaço na abordagem psicossocial por Fischer (s.d.) é a dimensão social que, justaposta à cultural, abarca a relação entre comportamento social e organização do espaço. Ainda de acordo com a mesma abordagem, as relações que se estabelecem entre os seres humanos e os espaços são sociais por base, pois cada sociedade desenvolve, de acordo com os seus valores e princípios, espaços mais ou menos padronizados, criando certa homogeneidade, em um mundo modelado pelos seus atores. Esses lugares são simultaneamente ponto de referência e meio, influenciando fatores sociais através de estímulos e de significantes. Nesse sentido, os espaços podem ser lidos, pois evidenciam uma realidade onde estão presentes todos os condicionantes impostos naquele grupo humano. Essa dimensão pode ser observada, por exemplo, quando se observa a partição do espaço urbano em bairros residenciais, centrais e industriais, por exemplo, e depois, internamente, as moradias em compartimentos como salas, cozinhas, dormitórios e banheiros. Edward Hall (1977), antropólogo que cunhou o termo proxêmica e que estudou as diferenças culturais, explicou tal resultado pelo fato de que povos acostumados a executar atividades separadamente, utilizam o tempo monocrônico, tendendo, da mesma forma, a compartimentalizar o seu espaço. Sociedades que utilizam o seu tempo de forma policrônica, isto é, com diferentes atividades em andamento, simultaneamente, mantêm um nível mais alto de envolvimento interpessoal e preferem espaços integrados. Ambos os conceitos se referem a uma estruturação que é inseparável da vivência própria do indivíduo. Igualmente, o canadense Erving Goffman (1985), cientista social, antropólogo e sociólogo, explica como a divisão setorial das residências norte-americanas reflete o modo de vida, as crenças, os valores e os sentimentos dos ocupantes, propiciando ou dificultando a interação. Defendeu o que chamou de comportamento regional, definindo como região de fachada aquela na qual o comportamento esperado, ou seja, a representação, é executada; em contraposição, a região de fundos ou bastidores, como aquela na qual algumas das atividades, que podem desacreditar a representação desejada, aparecem livremente, sendo comumente separadas da anterior por divisões ou passagens protegidas. Esses conceitos hoje vêm sendo revistos, dada a incorporação da cozinha aos espaços sociais, a dominância da tecnologia e das redes em nossas vidas, o trabalho em casa e o estudo por computador que a pandemia presente fortaleceu, condições que tendem a se estabilizar de acordo com previsões científicas quanto à recorrência das mesmas no futuro e tornam o uso da residência algo bastante diferente do que ocorria no final do século passado.

Fischer (s.d, p.70) chamou atenção para o fato de que “[…] todo espaço social é hierarquizado e traduz uma estrutura não igualitária que age sobre a distribuição dos indivíduos num território, de acordo com a sua realidade social.” O mesmo ocorre no interior das instituições, das empresas, das casas. No caso, o poder também pode ser detectado pela liberdade de movimentação nos diferentes espaços e pelas distâncias entre eles, que igualmente separam os grupos, tanto física, como socialmente. A percepção de distância também tem a ver com familiaridade. Esta tendência à partição, mesmo na macroescala, estabelece uma pirâmide social, impondo, portanto, lugares acessíveis e lugares não acessíveis. Nesse sentido, o espaço pode ser vetor de integração e de exclusão social, indicando locais que podem ser frequentados e locais que não podem sê-lo, estabelecendo condições que diferenciam os grupos humanos. Isso afeta a dimensão psicológica de alguma maneira, visto que, se há autonomia para escolha do lugar onde morar, há identificação e sensação de pertencimento. Por outro lado, se é o fator econômico que conduz o processo, há uma imposição nociva que perturba a apropriação do espaço.

A unidade pessoa-ambiente

Vê-se, portanto, que os ambientes construídos evocam respostas humanas complexas, em forma de sentimentos, atitudes, valores, expectativas e desejos; é nesse sentido que se deve entender suas relações com a experiência e o comportamento humanos, que o designer deve alcançar. Sua intervenção deve se pautar nas condições ambientais que evidenciam o espaço nem como agente passivo do comportamento nem como agente determinista. Trata-se de uma posição sutil que exige sensibilidade do profissional. Não há uma dicotomia entre o primeiro, de um lado, e o ambiente, de outro. Tem-se um ambiente – redundante dizer, total – no qual o ser humano é simplesmente um tipo de componente que se relaciona com outros tipos de componentes, só existindo em relação com os demais participantes do sistema ambiental.

Irwin Altman & Barbara Rogoff (1991), o primeiro psicólogo social e a segunda educadora, mostraram a aplicação na Psicologia Ambiental das diferentes abordagens filosóficas que embasaram a pesquisa em Psicologia ao longo do tempo, entre as quais se reportam às perspectivas interacional, organísmica e transacional.

As abordagens organísmicas, como as interacionais, concebem os sistemas como compostos de elementos separados. Apesar de não descreverem o todo em termos de suas partes – isto é, não predizerem a sua natureza antes do conhecimento das propriedades das suas partes – um entendimento eventual do todo permite uma melhor compreensão das suas partes e das relações das mesmas com o conjunto total. As partes são examinadas no contexto do todo, não como entidades separadas.

Sem que se profunde no tema nesse momento, aqui se aponta que na perspectiva organísmica, a Psicologia é vista como o estudo dos sistemas psicológicos dinâmicos e holísticos nos quais os componentes pessoais e ambientais exibem relações e influências complexas e recíprocas. A mudança de comportamento pode resultar da influência tanto de fatores externos, que atuam sobre o sistema, ou de fatores internos, o que torna esta abordagem similar à interacional. Entretanto, a perspectiva organísmica está preocupada com mudanças do sistema como um todo, tanto quanto mudanças em subsistemas e partes, enquanto os interacionistas enfatizam a mudança em partes separadas do fenômeno. Essa abordagem pressupõe que o sistema em funcionamento é governado por um conjunto de leis ou princípios orgânicos que regulam a operação do sistema e que são universais para uma classe de fenômenos. Os todos organísmicos são muito complexos, o que torna difícil apontar, com precisão, as relações antecedentes-consequentes.

Já numa abordagem transacional, Proshansky et al. (1978a) definiram o ambiente como um processo ativo e contínuo, cujos componentes participantes, em um dado momento, definem a natureza das correlações que se dão entre eles, ao mesmo tempo em que são definidos por essa mesma natureza. O componente não é uma entidade que existe dentro de um ambiente composto por outros componentes, mas todos os componentes são participantes de uma dada situação. Qualquer que seja o componente que se abstraia para analisá-lo, é evidente que este não é nem causa e nem efeito. Não atua somente sobre outros componentes e por conseguinte os modifica, mas ao atuar, muda o ambiente e com isso induz mudança em si mesmo. Qualquer componente ao atuar com outros componentes está atuando sobre si mesmo. O processo ambiental não é uma sequência causal direta, mas uma sequência de retroalimentação circular. Espaço, contexto, tempo e processo são aspectos de uma unidade integrada.

O geógrafo David Seamon (1989) defendeu a necessidade de explorações fenomenológicas no sentido de que estas podem fornecer uma perspectiva para o exame de locais particulares e um ponto de referência, a partir do qual descobertas concretas podem ser relatadas em um todo conceitual maior. Neste sentido, sua abordagem é organísmica. No entanto, as abordagens fenomenológicas são transacionais em muitos aspectos: elas focalizam os aspectos subjetivos e experienciais das relações pessoa-ambiente e estão preocupadas com os significados, sentimentos e orientações afetivas de pessoas a lugares. Esta seria a única forma de abordar o que Seamon (op.cit.) chamou de genius loci, definido como conjunto de qualidades naturais, construídas e humanas que estão presentes em um ambiente e que são intangíveis, atmosféricas e sinergéticas. Investiga como poderia o genius loci ser compreendido conceitualmente para ser utilizado na prática do design, identificando três estruturas que contribuem para esta compreensão: as pessoas, o espaço e o ambiente, sendo absolutamente necessária uma consciência das relações entre as mesmas para uma aplicação prática ao projeto.

Destacou nas pessoas o caráter intencional da ação humana, estabelecendo com o ambiente uma relação cognitiva, uma corporal e uma emocional. O espaço refere-se ao modo pelo qual um padrão de relações é estabelecido na dinâmica de um dado lugar, particularmente considerando a visão, a audição, a circulação e os fluxos existentes; ao espaço compete a possibilidade de interação acústica, visual ou face a face, ou mesmo a separação dos indivíduos. A natureza e o significado dos contatos e o senso de familiaridade, que une a pessoa ao lugar, têm relação direta com o espaço físico. Já o ambiente, para Seamon (op. cit.), seria a estrutura relacionada às qualidades do cenário natural que estabelece um contexto específico físico e ecológico, cuja natureza é parcialmente atmosférica e intangível. Representa as qualidades naturais de um lugar que suportam uma identidade geográfica. É, provavelmente, a estrutura mais frequentemente responsável pela singularidade de um lugar. Não há aqui defesa do determinismo ambiental. No entanto, é interessante tomar consciência de como as qualidades do ambiente natural se relacionam ao caráter das pessoas e ao seu estilo de vida.

Focalizando o assunto sob um outro prisma, Daniel Stokols (1990), pesquisador e professor da Ecologia Social, descreveu três perspectivas diferentes das relações pessoa-ambiente: a minimalista, que considera desprezíveis as influências do ambiente sobre o comportamento, a saúde e o bem-estar dos usuários, hipótese amplamente rejeitada, à medida em que o mundo se conscientizou dos impactos reais e imediatos do ambiente físico na saúde e comportamentos humanos, a partir de problemas como a poluição e a explosão populacional, entre outros; o ponto de vista instrumental vê o ambiente físico como um meio para atingir objetivos comportamentais e econômicos, com orientação claramente dirigida a uma meta e refletida no funcionalismo da Arquitetura e na tradição positivista da ciência comportamental; a perspectiva chamada espiritual de Stokols (1990) vê o ambiente sociofísico como um fim em si mesmo, preferencialmente a um instrumento, como um contexto, no qual os valores humanos podem ser cultivados e o espírito humano enriquecido, sendo os ambientes projetados não apenas para a facilitação do desempenho das atividades diárias, mas também para valorizar os usuários em virtude de suas qualidades simbólicas e afetivas. Assim, além das qualidades instrumentais dos ambientes, estes são qualificados em função de seus significados psicológicos e socioculturais. Este tipo de perspectiva desencoraja o desenvolvimento de soluções padronizadas, conferindo maior valor às estratégias de design que levem em conta o caráter singular que dá expressão às necessidades únicas e identidades de grupos participantes de usuários.

Para Fischer (s.d.), as relações usuário-espaço se dão primeiramente a partir da organização do meio físico de acordo com normas sociais, requisitos ergonômicos, condicionantes específicos; em seguida, observa-se influência no comportamento em virtude dos valores ali presentes, de modo tangível ou intangível, que são introjetados ou mesmo rejeitados pelos usuários. Não há para o autor, igualmente, qualquer mecanicidade, ou qualquer correspondência linear entre características do espaço e seu efeito no usuário, mas uma troca contínua que gera uma interdependência complexa. O fato é que o espaço organiza também a interação social através de condicionantes físicos presentes e significados a eles atribuídos, como, por exemplo, numa sala de jantar, o lugar mais importante sendo a cabeceira da mesa, ou aquele que dispõe de uma cadeira com espaldar alto. Por isso, toda interação entre sujeito e ambiente se articula, como bem evidenciou o autor, em torno da espacialidade das estruturas sociais e da sociabilidade das estruturas espaciais.

Stokols (1990) pondera que a saída para o impasse entre o atendimento às diferentes perspectivas parece ser justamente a promoção de um maior equilíbrio entre todas, cuidando-se dos objetivos ligados ao desenvolvimento tecnológico, assim como das dimensões espirituais do espaço. Para tal, faz-se necessário o exame das qualidades dos ambientes, identificando os atributos físicos e sociais dos cenários que contribuem para experiências individuais de enriquecimento espiritual, consideradas estas pelo autor, dentre outras, como as que induzem a sentimentos como de autonomia, autoestima e competência. Que arranjos sociais e ambientais estão mais proximamente associados a tais sentimentos? Conhecendo-se a crescente evidência científica da instrumentalidade dos ambientes, para o que contribui a acelerada evolução tecnológica, deve-se buscar este ponto de equilíbrio entre as duas vertentes.

A necessidade de síntese surge da constatação de que os processos descritos pelos diferentes paradigmas ocorrem em lugares historicamente desenvolvidos em pontos particulares do tempo. Tais pré-condições possibilitam a ação individual ou grupal – daí terem maior peso para manter as condições ou direcionar a mudança. O ambiente é socialmente construído, mas indivíduos e grupos podem gerar efeitos locais e serem fatores significativos de mudança, em conjunção com a transformação histórica e sociocultural. A unidade de análise para os psicólogos ambientais Susan Saegert & Gary Winkel (1990) é a pessoa-no-ambiente, em que dinamicamente ambos os elementos se definem e se transformam um ao outro ao longo do tempo, como aspectos de um todo unitário. O processo é dinâmico, havendo, portanto, coexistência contínua entre estabilidade e mudança. A direção desta é emergente, não podendo ser pré-estabelecida.

Neste modelo, a mudança pode provocar resultados psicológicos que são variáveis, emergentes e novos. Isto é, as configurações de pessoas, processos psicológicos e contextos podem ser temporária e espacialmente distintos e não sempre totalmente previsíveis, a partir do conhecimento de aspectos separados do sistema. Não há aqui uma negação de princípios gerais do funcionamento psicológico. As dinâmicas dos eventos psicológicos podem formar padrões gerais que podem ser encontrados em ocorrências similares. Apesar da mudança intrínseca dos fenômenos, esta não é randômica ou idiossincrática. Padrões podem ser encontrados em eventos similares, embora também interessem à visão transacional os eventos únicos e singulares.

Conceitos da Psicologia Ambiental

Diante de tantos modelos e de tantas abordagens, o que se percebe é a complexidade do estudo das relações pessoa-ambiente. No entanto, alguns conceitos se tornam fundantes, pois estão presentes em todas as concepções, dos quais alguns se destacam.

Hall (1977) estudou o comportamento territorial e verificou a existência de esquemas internos do espaço adquiridos no processo de socialização e disponibilizados em experiências subsequentes. O autor mostrou justamente a moldagem pela cultura da estrutura da experiência humana. Ele enfocou essencialmente o comportamento proxêmico, ou seja, as questões referentes ao uso que o homem faz do espaço pessoal e social, como elaboração especializada da cultura. Pessoas de mundos diferentes habitam diferentes mundos sensoriais fazendo uso de distâncias interpessoais estabelecidas pela cultura. Seu grande mérito foi o de ter apresentado, sob um novo prisma, os comportamentos culturais de algumas comunidades, oferecendo uma técnica de leitura da espacialidade, compreendida como canal de comunicação, e dos sinais que o homem utiliza para identificar o seu território. O autor definiu as distâncias interpessoais mais ou menos uniformes, usadas nas diferentes situações sociais através das quais se evidencia a presença de um mecanismo ligado à questão da territorialidade, de um modo similar ao que acontece com o mundo animal: a distância íntima, em que o envolvimento com o coro do outro é inquestionável pois alcança, o máximo, 45 cm; a distância pessoal, que vai de 50cm a 1,20m que permite a tratativa de assuntos de ordem pessoal; a distância social, que se estende de 1,20m a 3,50m, que permite uma variação de nível de contato com maior impessoalidade; e a distância pública, a partir de 3,50m, usadas em situações públicas em que a intimidade é nenhuma. Descreveu-as em seu livro A Dimensão Oculta. Nesse contexto, estão incluídas as ideias de privacidade, intimidade e comportamento público, que devem orientar a organização dos espaços de acordo aos aspectos culturais.

Hall elaborou o conceito de espaço pessoal, amplamente descrito pelo psicólogo ambiental Robert Sommer (1973), que o diferenciou do conceito de território, a que atribuiu uma certa estabilidade. O espaço pessoal foi definido como uma certa bolha em torno do corpo de cada indivíduo, construída no processo de socialização particular a cada cultura, flexível e adaptável a cada situação de interação social, em que pode se ampliá-la ou se reduzi-la, de acordo com o distanciamento social requerido em cada dado evento. O espaço pessoal também atua como escudo de proteção, em que não se aproxima demasiado de outras pessoas quando não há proximidade afetiva. O desconforto em um elevador cheio evidencia a redução das bolhas por imposição da situação, sendo a abertura da porta um alívio para que a bolha possa retomar as necessárias dimensões usadas no distanciamento social. Nesta situação, os olhares procuram os tetos, os braços se retesam junto ao corpo e até a respiração pode ser reduzida. Fischer (s.d.) apontou o fato de que, além dos fatores culturais, fatores individuais como idade, categoria social, gênero, são fatores que interferem nas distâncias praticadas, assim como sentimentos interpessoais de atração ou de repulsa e contextos institucionais formais. O espaço pessoal tem também o valor de expressar intimidade ou distanciamento na interação social e estabelecer alguma privacidade nela requerida. Os conceitos de território e espaço pessoal são indissociáveis e trazem importantes subsídios para a compreensão dos espaços construídos.

De modo correlato, Fischer (s.d.) chamou atenção para zonas subjetivas criadas por cada usuário, dentro de um dado ambiente, que ele chamou de territórios, delineadas pela qualidade das relações ali estabelecidas. Em seu estudo, deve-se buscar os significados culturais, psicológicos, dados pela configuração que determina um modo de ocupação com a presença de marcadores físicos e culturais, que evidenciam papéis – a própria estrutura social evidenciada. A apropriação, uma das situações significativas das relações positivas com o espaço pode ser vista na busca de controle do território, na tentativa de provê-lo de personalização, expressando posse, propiciada por marcadores físicos ou simbólicos, que dão os indícios necessários para a compreensão por outrem. O território tem a função de designar o uso que dele se faz e o lugar de do sujeito nele inserido. Exemplo comum é o porta-retratos com fotos familiares na mesa de um profissional, em um espaço corporativo qualquer. Apropriação e identidade andam em paralelo, e não pode haver dúvidas de que se o usuário se identifica com um dado ambiente, nele vivencia condições facilitadoras à expressão de seus valores e estímulos ao desenvolvimento pessoal.

Outro aspecto a considerar na abordagem psicossocial, também descrito por Fischer (s.d.), está no valor que o profissional deve dar aos usos que a estruturação e organização dos espaços determinam, estabelecendo o fluxo, o movimento e a possibilidade de interação admitida. Ambos devem ser estudados tanto sob o ponto de vista funcional, propriamente dito, como sob o ponto de vista da experiência vivida. Em termos de funcionalidade, observa-se certa orientação no sentido de uma atuação determinista sobre o comportamento e as relações nele estabelecidas, ou seja, um certo condicionamento a partir de uma ótica padronizada, vista muitas vezes como universal, levando à uniformidade nos resultados. Observa-se isso na configuração padronizada dos ambientes de acordo com as suas funções.

No que diz respeito à experiência vivida, a abordagem psicossocial se coloca na posição de compreender o modo como o sujeito utiliza o lugar, em relação aos aspectos cognitivos e afetivos. Ou seja, há uma particularidade do usuário que investe o espaço “[…] de uma experiência sensório-motora, tátil, visual, afetiva e social e que produz significações carregadas de valores culturais próprios” (FISCHER, s.d, p.38). O espaço comunica e conta uma história individual e social, pois o próprio indivíduo o modela a seu modo, de acordo com a sua concretude de duas condutas, verificando-se uma interdependência entre espaço e comportamento: se há uma imposição de uma organização, por outro lado, as relações ali desenvolvidas não acolhem esse determinismo de forma linear. Há um campo de possibilidades que vai permitir, a cada um, um modo de adaptação particular a essa situação socioespacial, em que se conforma e ao mesmo tempo se age e se adapta segundo características pessoais. A liberdade aqui valorizada vai diretamente de encontro ao designer humilde, que cria em coparceira com seu cliente, que sabe ouvir, que tem olhos de ver e sensibilidade de ousar. Por isso, o valor de se precisar as dimensões da relação no espaço determinadas pela situação social em que as pessoas se encontram, buscando o elo que pode unir a estrutura espacial da estrutura social. Mas não há simetria entre ambas: a dinâmica dessa relação é determinada pela cultura do grupo ou da sociedade. Muitas vezes, o estatuto social é mais importante que a estrutura espacial. Como exemplo, muitas vezes é mais importante morar em um apartamento reduzido em um bairro bem localizado, do que se dispor de maiores espaços em bairros menos valorizados socialmente. A própria estrutura social do espaço urbano estabelece categorias e entrelaça o tecido social. Na verdade se revela no sistema espacial e é determinante na configuração territorial.

Considerações finais

As diversas abordagens e os conceitos aqui apresentados têm o objetivo de evidenciar a complexa relação usuário-ambiente, e o desafio que os designers de interiores enfrentam para, realmente, compreenderem o sujeito e criarem para ele espaços que, além de funcionais e esteticamente adequados, sejam fatores facilitadores do desenvolvimento humano, possibilitando a sua apropriação pelo usuário e a sensação de identidade e pertencimento.

Como alcançar equilíbrio entre os princípios físicos, racionais e técnicos ligados à funcionalidade dos espaços e que envolvem eficácia no desempenho de atividades, e o impacto psicossocial de um determinado layout, de um determinado esquema cromático e de um determinado ritmo no usuário?

Como permitir, como autor de uma dada configuração espacial, com humildade, a liberdade dos usuários para expressão de sua apropriação?

De posse da ideia de que a habitabilidade de um espaço depende do grau de liberdade que nele se usufrui, como impor uma organização sem ter conhecimento de que ela corresponde àquilo que as pessoas precisam nele?

Sabendo que todo espaço comunica significados que dependem tanto dos aspectos materiais quanto do contexto social, como garantir a sensação de pertencimento que opera simultaneamente com a identificação com o lugar?

Como, nos espaços corporativos, permitir a apropriação dos espaços pelo funcionário, sem que ocorra rejeição das empresas pelos marcadores que possibilitariam essa apropriação?

Será que atos de vandalismo nos espaços de trabalho não seriam reflexo, exatamente, dessas condições sociais que dividem pessoas, particionam territórios e marcam diferentes categorias de pessoas? E que as induzem a uma apropriação transgressora e selvagem (FISCHER, s.d.), que justamente expressaria a impossibilidade de apropriação?

Como organizar espaços que induzam e facilitem a expressão de certos comportamentos, induzindo à interação ou garantindo uma necessária privacidade que se deseje manter?

Não ter respostas para essas perguntas evidenciam a consciência da complexidade da interação pessoa-ambiente, aspecto fundamental para incitar a sensibilidade do designer para a busca de um resultado diferenciado de projeto.
É certo, o designer de interiores não é psicólogo.

Mas pode bem se apropriar de resultados da pesquisa em Psicologia Social e Ambiental, para buscar as necessárias dimensões psicológicas, sociais e culturais das suas intervenções nos espaços interiores. Ou seja, precisa estar atento, além das características físicas do ambiente, às questões e dimensões psicossociais – tão importantes quanto as primeiras para garantir a habitabilidade e o atendimento às necessidades tangíveis e intangíveis dos usuários de seus projetos.

Referências

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Profa. Dra. Nora Geoffroy

Designer de Interiores, Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde atua há 42 anos no Curso de Bacharelado em Composição de Interior, da Escola de Belas Artes. Doutora em Arquitetura pela USP e Mestre em Psicologia Social e da Personalidade pelo Instituto de Psicologia da UFRJ, é Presidente do Conselho Acadêmico da ABD.

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